Na campanha agrícola 2018-2019 na Huíla

Mais de 300 mil famílias podem ficar sem apoio

Mais de 300 mil famílias vão ficar sem assistência material e técnica. O Ministério da Agricultura e Florestas argumenta que faltam recursos.

Mais de 300 mil famílias podem ficar sem apoio
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Mais de 322 mil famílias camponesas podem ficar sem assistência material e técnica na campanha agrícola 2018-2019, com início em Outubro, devido à limitação de recursos do Ministério da Agricultura e Florestas (Minagrif) pelo Orçamento Geral do Estado (OGE). Essas famílias ficam a depender de recursos próprios.

A previsão vem publicada nas perspectivas para o ano agrícola 2018/2019, publicadas no Relatório de Balanço da Campanha Agrícola do ano passado e fornecido à Angop, pelo gabinete provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas da Huíla.

A campanha agrícola na Huíla prevê assistir perto de 151 mil famílias camponesas, das mais de 336 mil existentes, mas somente 13.774 poderão beneficiar do apoio do Ministério, em virtude da escassez dos meios, tanto material como técnico.

De acordo com o documento, do global de famílias camponesas na província, a assistência corresponderia a um pacote tecnológico por grupo, constituído por 500 quilos de fertilizantes NPK, 250 de sulfato de amónio, 25 de semente de milho e 60 de semente de feijão, incluindo uma charrua de tracção animal.

Para o auxílio à metade das famílias, na perspectiva de pelo menos 50 por cento da população rural possuir uma junta de bois, seriam necessários mais de 168 mil toneladas de fertilizante composto NPK, 84 mil de sulfato de amónio, oito mil de semente de milho e 20 mil de feijão e 672 mil enxadas e 50 mil toneladas de calcário.

Com os recursos previstos para o ano agrícola 2018-2019, lê-se no relatório que o Minagrif vai distribuir na província, apenas sementes em toneladas de milho híbrido (600), feijão vulgar (35), massango e massambala (14 para cada), soja (uma) e mil feixes de estacas melhoradas de mandioca.

Assim como cinco mil toneladas de adubo composto dois mil de sulfato de amónio, mil de ureia, três mil de calcário dolomítico, 10 mil charruas de tracção animal, cinco mil unidades de pás-de-bico, duas mil de catanas, 1500 de machados, mil de enxadas europeias, mil de limas, 50 unidades de pulverizadores de dorso e dos mil hectares de preparação mecanizada de terras.

Na campanha agrícola 2017 ⁄ 2018, foram assistidas no total 211 mil e 883 famílias, cujo apoio foi prestado pelo Ministério da Agricultura e Florestas e de organizações não-governamentais como a Visão Mundial, a Acção do Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), entre outras.

Aquém das expectativas

De uma previsão de colher 500 mil toneladas, apenas mais de 258 mil foram colhidas numa área de 346.200 hectares.

Os municípios que mais produziram foram os da Matala com 43.305 toneladas, Chicomba (36.751), Caluquembe (35.506), Caconda (30.448) eQuipungo (30.236). Lubango, Gambos, Humpata e Quilengues apresentaram níveis de produção mais baixos durante a campanha, por registarem uma diminuição da intensidade das quedas pluviométricas.

Estiveram envolvidas 314.604 famílias camponesas, das quais 211.883, pertencentes a 876 aldeias. Foram assistidas com a distribuição de insumos agrícolas e, do número global de famílias envolvidas, parte delas estão filiadas em 835 associações e 224 cooperativas agrícolas, outra exercem de forma individual.

Durante a campanha, foram feitas acções de formação em benefício de associações e cooperativas baseadas na implementação de campos de demonstração para instalação de alfobres para hortícolas, modalidades de reembolso de sementes de milho e feijão, racionalização do consumo de reservas alimentares e racionalização de venda do efectivo pecuário.

A par da situação, esforços estão a ser envidados pelo governo da província para a implementação de programas para a melhoria de vida das populações, na construção e reabilitação de infra-estruturas físicas e rodoviárias, com programas de ‘água para todos’, de desenvolvimento rural, no combate à fome e à pobreza, bem como os programas de vacinação, registo de nascimento e a alfabetização.

A campanha agrícola 2017-2018 tinha previsto uma colheita de mais de 500 mil toneladas de produtos diversos, numa área de mais de 400 mil hectares.

Já na campanha agrícola 2016-2017, foram colhidos mais de três mil toneladas de produtos diversos, numa área de cultivo de mais de 580 mil hectares de terra.

 

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