Morreu Ambrósio Lukoki

Um crítico na recta final

Foi ministro de Agostinho Neto e, durante décadas, embaixador. Morreu na segunda-feira. Nos últimos dois anos, destacou-se pelas críticas ferozes a José Eduardo dos Santos.

Um crítico  na recta final
DR

Nos últimos anos, destacou-se por contestar José Eduardo dos Santos e a liderança do MPLA, admitindo mesmo que, caso o ex-Presidente da República fosse de novo candidato, iria perder. Em Julho, circulou a informação de que Ambrósio Lukoki padecia de uma doença e que estava sem apoio. Chegou mesmo a circular um apelo a sugerir uma campanha de solidariedade para ajudar o ex-embaixador.

O apelo, subscrito pelos embaixadores Dombele Mbala Bernardo, Fernando José Canga e Nanizey André, fazia referência à necessidade de apoiar o ex-embaixador para que se deslocasse para o exterior, a fim de realizar tratamentos médicos.

No entanto, ao NG, Lukoki garantia estar “bem” e que recebia apoio do Ministério das Relações Exteriores.

Na segunda-feira, o ex-embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na Tanzânia e ex-membro do Bureau Político (BP) e do Comité Central (CC) do MPLA, Ambrósio Lukoki, falecia, em Luanda, numa clínica.

Era um histórico militante do MPLA, chegou a ser ministro da Educação no Governo liderado por Agostinho Neto e embaixador no consulado de José Eduardo dos Santos,

Logo a seguir às eleições, encetou um combate contra o que se considerava uma bicefalia em Angola, em que o Presidente da República não era, ao mesmo tempo, presidente do MPLA. Por isso, defendeu o afastamento da vida política de José Eduardo dos Santos, sugerindo a entrega do poder no MPLA a João Lourenço. Na altura, o também professor universitário desmistificava os boatos segundo os quais o MPLA teria duas alas, mas terá admitido que o partido estava “dividido em pedaços” cuja união da maior força política do país constituiria “um dos principais desafios de João Lourenço”.

Já com João Lourenço na Presidência da República, Ambrosio Lukoki voltou a exigir a saída imediata de JES do cargo de presidente do MPLA, alegando razões de “ética republicana”, para se evitar a bicefalia.

Antes disso, em 2016, recusou-se a integrar a lista para o comité central do MPLA e depois abandonou a militância partidária.

 

RECOMENDAMOS

POPULARES

ÚLTIMAS