Durante a manifestação de sábado

Jornalistas da rádio Essencial relatam actos de agressão

Mais de 100 detidos na manifestação de sábado, 24, estão a ser ouvidos hoje pelo Tribunal Provincial de Luanda, com familiares e amigos à porta em protestos a exigir a libertação de todos.

Jornalistas da rádio Essencial relatam actos de agressão
D.R
Fotógrafo dos jornais NG e VE a ser dedito pelos polícias.

Além de amigos e familiares dos detidos, estão presentes em frente ao Tribunal também colegas dos jornalistas da Rádio Essencial, que foram detidos no sábado.

O editor da Rádio Essencial, Edno Pimentel, em declarações aos jornalistas, garantiu ter visitado os colegas no Comando Provincial da Polícia de Luanda - ainda no sábado, por volta das 22 horas -, de quem ouviu relatos de “agressão”.

Edno Pimentel acrescentou que os três jornalistas, Suely de Melo, Carlos Tomé e Santos Samuesseca (fotojornalista), e o motorista Leonardo Faustino da equipa que cobria a manifestação no sábado estão incontactáveis desde pouco depois da detenção, admitindo ainda que não tenham sido libertados até agora, como estratégia para “disfarçar as eventuais sequelas das agressões”.

Até ao momento, a polícia não deu qualquer justificação sobre o motivo da detenção e pelo qual permanecem ainda detidos os colegas.

A manifestação de sábado em Luanda resultou na detenção de 103 pessoas, entre as quais dirigentes da Unita, de acordo com o secretário de Estado do Ministério do Interior, Salvador Rodrigues, que negou a existência de qualquer morte resultante do evento promovida por activistas da sociedade civil, com apoio do maior partido na oposição.

Três organizações não-governamentais – UFOLO, Amigos de Angola e Mãos Livres – condenaram a violência contra os manifestantes e exigiram a libertação dos jornalistas.

Outros artigos do autor