Em Luanda

Exposição retrata cultura bantu

Quinze peças de artes plásticas, que expressam o modo de vida dos ancestrais, particularmente dos bakongo, estão expostas, desde quarta-feira, em Luanda, com vista à valorização da identidade e o resgate da cultura bantu.

Exposição retrata cultura bantu
D.R.
João Mayembe,

João Mayembe, escultor

A pintura, resina e o bronze cinzelada na madeira foram os materiais usados para colorir as peças de arte expostas pelo artista.

As obras, de autoria do escultor angolano João Mayembe, estarão patentes no Memorial Dr. António Agostinho Neto durante 45 dias, com acessos livres ao público, de segunda a sexta-feira, no período das 9 às 15 horas.

A pintura, resina e o bronze cinzelada na madeira foram os materiais usados para colorir as peças de arte expostas pelo artista.      

Feitas em forma de espiral, as peças de arte reflectem a importância que se deve dar ao modo de vida dos antepassados, por ser o resultado da existência da nova geração, segundo João Mayembe.

Em declarações à imprensa, o artista plástico referiu que a exposição expressa também a simbiose que deve existir entre a arte nativa e contemporânea, conciliando as ideias dos mais velhos com dos jovens.

A nova geração, defende, valoriza pouco a identidade cultural africana, por causa da globalização e do imediatismo que ocupa maioritariamente a mente dos jovens.

Perante esse cenário, apelou, é necessário que a nova geração valorize mais os hábitos e costumes que identificam a cultura nativa, para projectar o futuro das próximas gerações.

Exposição retrata cultura bantu

(D.R. / Obra retrata cultura bantu)

Já a madrinha do artista plástico, Ana Maria de Oliveira, afirmou que o significado de cada peça patente na exposição está carregado de uma simbologia muito forte, por representar a identidade cultural angolana.

A também antropóloga e ex-ministra da Cultura referiu ainda que a exposição representa a simbiose existente entre o conhecimento profundo das raízes e tradições da cultura mukongo e o conhecimento científico que o escultor adquiriu ao longo da sua formação.

Apelou, por outro lado, os especialistas em Antropologia, Sociologia, Linguística, entre outros interessados, a visitarem o local da exposição, para perceberem o conteúdo simbólico e filosófico de cada uma das peças.      

João Mayembe, que faz a primeira exposição após terminar a formação académica em artes plásticas, é um representante das raízes e da cultura tradicional angolana há 34 anos.

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