Mais de 1.800 toneladas de lixo produzidas

Material radioactivo ao ‘deus-dará’

Mesmo sem produzir energia atómica, Angola já tem mais de 1.800 toneladas de lixo acumuladas. O Governo promete criar depósitos até 2021 e quer reforçar o programa de produção de energia.

Material radioactivo ao ‘deus-dará’
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Angola usa apenas tecnologia nuclear na saúde e agricultura

Angola tem lixo atómico equivalente a 1.800 toneladas de material radioactivo e “nocivo”, apesar de o país não produzir energia atómica. Os dados foram revelados pela Autoridade Reguladora de Energia Atómica (AREA), que promete construir, dentro de três anos, um aterro para o depósito desse lixo.

Angola usa apenas tecnologia nuclear na saúde, agricultura e construção civil, mas pretende produzir energia atómica para fins pacíficos. O programa-quadro começou a ser implementado este ano e vai até 2019.

A AREA realizou recentemente um levantamento de todo material, sobretudo proveniente da área de exploração de petróleo e produção de gás e a identificação dos armazéns em que são guardados. O director da AREA, Pedro Lemos, promete o “desmantelamento” destes locais para num período de três anos o Governo criar “melhores condições para o armazenamento do material radioactivo atómico nocivo”. Até 2021, Angola deve ter um aterro para acomodação e depósito do material radioactivo considerado “nocivo para o ser humano”.

Pedro Lemos salienta que, em Angola, a tecnologia atómica foi sempre explorada, mas lamenta que não se saiba disso, por associarem a energia à guerra.

A energia atómica aplica-se em todos os domínios, desde a saúde, passando pela agricultura, indústria, construção civil e outras áreas. O principal ramo que usa este tipo de energia é o dos petróleos, com mais de mil fontes radioactivas em funcionamento, usados na prospecção, exploração e armazenamento dos produtos. Na aconstrução das barragens eléctricas, é também usada para verificação da integridade das infra-estruturas, na construção de pontes e estradas e no fabrico de bebidas.

Angola ainda não produz energia nuclear, utiliza apenas a tecnologia, sobretudo materiais radioactivos.

A Autoridade Reguladora fez parte da equipa que elaborou o programa Nacional de Energia Atómica, (CPF 2018-2019), aprovado pelo Governo e poderá ser aplicado na melhoria da produção agrícola, através de mutações dos nutrientes do solo e gestão da água, controlo de doenças em animais, produção de vacinas e minimizar a importação e garantir a segurança alimentar, destaca o secretário de Estado da Energia, António Belsa da Costa. O governante reconhece que, apesar da “determinação e engajamento” na diversificação da economia, “o petróleo continua a desempenhar um papel de extrema importância” na economia. Com o programa, o Governo pretende também apoiar e reforçar a capacidade de planeamento a longo prazo para maior acesso a serviços modernos de energia nas zonas rurais e periurbanas, utilizando técnicas de isótopos para identificar a água subterrânea e potenciais fontes de “poluição”. 

Costa assegura que a chave para a “conquista dos resultados é o forte compromisso do Governo em proporcionar apoio administrativo e financeiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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