Elevado custo de vida e eleições autárquicas na base do protesto

Mais uma manifestação marcada para sábado

Um grupo de activistas convocou hoje uma marcha, para o próximo sábado, em Luanda, para exigir o fim do elevado custo de vida e a realização das primeiras eleições autárquicas ainda para este ano.

Mais uma manifestação marcada para sábado
D.R
Esquerda.net Angola: nova manifestação anunciada

As ruas são, no entender dos promotores do protesto, o local lícito para a batalha, mais eficiente e mais eficaz, para lutarem pelos seus direitos e as suas realizações.

Caso se realize, esta vai ser quarta marcha organizada pelo grupo de promotores: Dito Dali, Priscila Simão, José Gomes Hata, Laura Macedo e Hitler Samussuku.

A primeira foi realizada em Outubro de 2020, também com o objectivo de exigir do Presidente da República a demissão do director de gabinete, Edeltrudes Costa, acusado de práticas de crimes de corrupção.

A revisão da Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), por não garantir a independência deste órgão e a exigência da destituição do presidente da CNE, "pelo facto de a sua designação ser fruto de um processo fraudulento" foram igualmente mote de outras marchas realizadas no ano passado.

Os organizadores lamentam que depois de quatro meses, nenhuma das reivindicações tenha sido atendida. "Esta postura passiva que vem sendo adoptada pelos órgãos de decisão tem para nós um significado claro: não há, tanto da parte daqueles que dizem ser os nossos representantes, como por parte daqueles que dizem ser os nossos governantes, a mínima consideração pelo povo que vive diariamente as consequências do actual `status quo`", referem os promotores da marcha.

Segundo os activistas, a marcha é movida pelo desejo de verem amenizado o sofrimento dos angolanos e pela pretensão de tornar justas as instituições democráticas do Estado, pelo que se afirmam "compelidos a sair novamente às ruas" para exigirem aos órgãos decisórios a realização de todas as suas reivindicações.

As ruas são, no entender dos promotores do protesto, o local lícito para a "batalha, mais eficiente e mais eficaz", para lutarem pelos seus direitos e as suas realizações.

Esta quarta marcha foi hoje comunicada por carta ao Governo Provincial de Luanda.

A exigência de políticas públicas concretas para reduzir o custo de vida e a calendarização das eleições autárquicas são também reivindicadas pelos activistas. "Nós entendemos que a institucionalização das autarquias locais é uma questão de interesse nacional, logo, deve ser encarada com maior seriedade. Os angolanos não podem permitir que um partido político venha sobrepor o seu interesse ao interesse do Estado. Assim sendo, o Presidente da República tem a obrigação de cumprir com este compromisso constitucional", referem.

Recentemente, João Lourenço propôs uma revisão da Constituição em que elimina o gradualismo como princípio constitucional condutor do processo de institucionalização efectiva das autarquias. No entanto, o activista José Gomes Hata não vê na proposta qualquer novidade: "é um falso problema que se levanta, porque desde o momento em que começam os debates sobre a implementação das autarquias, fala-se do gradualismo geográfico e funcional e a Constituição é clara, fala de gradualismo funcional e estamos de acordo de que não havia necessidade de revisão constitucional.

Segundo José Gomes Hata, "só o partido no poder, com o intuito de ludibriar os menos atentos, é que pegam essa questão das autarquias e atiram como uma casca de banana, como se estivesse a dar resposta aos anseios dos cidadãos".

Por sua vez, a activista Priscila Simão entende que a revisão p

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