Encerrado por 60 dias

Largo sem flores

O largo em frente à escola ‘Nzinga Mbandi’, espaço utilizado para a venda de diversos produtos, lavagem de viaturas e parqueamento, foi encerrado para obras. As tradicionais vendedoras de flores ficaram sem espaço.

Largo sem flores
Leonora Mendes

Leonora MendesVendedora

O espaço funcionou por mais de 20 anos como lugar de venda de alimentos, vestuário, bebidas, brindes, bijuterias, lavagem de viatura.

A administração da Ingombota, em Luanda, encerrou, por 60 dias, o largo em frente à escola ‘Nzinga Mbandi’. As obras estão a ser executadas pela Unidade Técnica Comunitária (UTCOM).

As vendedoras de flores ficaram surpreendidas. Um dia antes, foi-lhes comunicado que teriam de retirar as tendas. Leonora Mendes, que vendia no espaço há 25 anos, mostra-se triste com a medida até porque, garante, sempre cumpriu com o pagamento de taxas. Diariamente, pagava 350 kwanzas e mensalmente 7.400, valores que eram depositados numa conta bancária da administração. A 14 de Fevereiro, eram “obrigadas” a pagar uma “taxa especial” de 50 dólares, por “causa da data”. Considera que a relação entre elas e a administração “foi sempre boa”, por isso não entende a atitude da administração de lhes retirar dali “sem aviso prévio”. Depois da ordem, procuraram contactar os responsáveis, mas sem sucesso. Não têm, para já, outro local para a venda.

O espaço foi encerrado para permitir a colocação de jardins, a melhoria do pavimento e a reabilitação de passeios e lancis. O projecto prevê a criação de espaços verdes e a instalação de iluminação pública. “Por o largo estar localizado numa zona estratégica, nas proximidades de um monumento histórico e de ensino académico, deve dar-se uma outra imagem e dignidade”, justificou o administrador da Ingombota, Hélder Balsa.

A venda fica“suspensa” e as floristas, sem indicar o lugar, poderão ser encaminhados para outras feiras. O espaço funcionou por mais de 20 anos como lugar de venda de bens alimentares, vestuário, bebidas, brindes diversos, bijuterias, lavagem e estacionamento de viaturas.

O local também já foi rotulado como ‘centro’ de prostituição, esconderijo de delinquentes, bem como um depósito de carcaças e de poluição sonora, devido à música alta proveniente das viaturas aí estacionadas. Aspectos considerados pelo governante como estando a “perturbar os moradores dos prédios vizinhos e dos alunos da escola, além dos assaltos a transeuntes e no interior de viaturas”. No largo, existe uma esquadra móvel da Polícia Nacional.

 

 

 

 

 

 

 

 

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