Junto à residência do chefe de Estado

Jornais suspendem cobertura do presidente do Brasil

Agressões a jornalistas e falta de segurança levou o Grupo Globo e o jornal Folha de S.Paulo a cancelar a cobertura jornalística junto à residência oficial do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília.

Jornais suspendem cobertura do presidente do Brasil
D.R
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil.

No ano passado, a imprensa brasileira sofreu uma média diária de 11 mil ataques pelas redes sociais, o que representa sete agressões por minuto, indicou um relatório divulgado em Março sobre violações à liberdade de expressão.

Todos os dias, apoiantes de Bolsonaro ficam ao lado dos jornalistas, em frente ao Palácio da Alvorada, onde o presidente brasileiro cumprimenta frequentemente os militantes e presta declarações à imprensa.

Separados apenas por uma grade, os jornalistas têm sido alvo, frequentemente, de agressões por parte dos apoiantes do chefe de Estado brasileiro.

Na segunda-feira, após as críticas do presidente à imprensa, apoiantes de Jair Bolsonaro hostilizaram os profissionais da comunicação social. Os elementos da segurança no local não intervieram.

Face ao ocorrido, o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, o maior conglomerado de media e comunicação do Brasil, transmitiu ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, a decisão de cancelar a cobertura jornalística no Palácio da Alvorada.

“É público que o Presidente da República na saída, e muitas vezes no retorno ao Palácio, desce do carro e dá entrevistas, bem como cumprimenta simpatizantes Entretanto, são muitos os insultos e os apupos que os nossos profissionais vêm sofrendo dia a dia por parte dos militantes que ali se encontram, sem qualquer segurança para o trabalho jornalístico. Estas agressões vêm crescendo”, de acordo com o comunicado do Globo.

“Assim, informamos que a partir de hoje [segunda-feira] os nossos repórteres, que têm como incumbência cobrir o Palácio da Alvorada, não mais comparecerão àquele local na parte externa destinada à imprensa. Com a responsabilidade que temos com os nossos colaboradores, e não havendo segurança para o trabalho, tivemos de tomar essa decisão”, concluiu a nota, assinada por Paulo Camargo.

Também o jornal Folha de S.Paulo, um dos de maior circulação do país, comunicou que a cobertura jornalística no local está suspensa até que o Governo garanta a segurança dos profissionais de imprensa.

No ano passado, a imprensa brasileira sofreu uma média diária de 11 mil ataques pelas redes sociais, o que representa sete agressões por minuto, indicou um relatório divulgado em Março sobre violações à liberdade de expressão.

O relatório da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) apresentou este ano, pela primeira vez, um capítulo sobre os ataques virtuais que atingem o jornalismo profissional.

O relatório sublinhou que repórteres responsáveis por matérias críticas do Governo do presidente Jair Bolsonaro tornaram-se alvos de ataques virtuais, promovidos por apoiantes do actual executivo.

Outros artigos do autor

RECOMENDAMOS

POPULARES

ÚLTIMAS