Após relatos de agressões na ‘Operação Transparência’

Governo nega ataques xenófobos contra congoleses

Governo nega ataques xenófobos contra congoleses
Teresa Fukiady
Pedro Sebastião, Chefe de Segurança do PR

O ministro de Estado e Chefe de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, nega os relatos de violência e ataques xenófobos contra cidadãos congolenses, na sequência da ‘Operação Transparência’. As declarações do também coordenador da referida operação foram feitas hoje (20) durante uma conferência de imprensa, no Posto Fronteiriço de Chissanda, no Dundo, Lunda-Norte.

Pedro Sebastião garante que, na operação que decorre desde 26 de Setembro, não foram praticados quaisquer actos de violência por parte das autoridades policiais ou militares angolanas susceptíveis de serem classificadas de violação dos Direitos Humanos contra os cidadãos congolenses que têm vindo a abandonar o país voluntariamente, segundo as autoridades.

“Angola é um Estado democrático e de direito que respeita e aplica os princípios da Carta das Nações Unidas e da União Africana e que estabelecem relações de amizades com todos os estados e povos, por isso, deve ficar claro que a ‘Operação Transparência’ não tem por base qualquer motivação ou sentimento xenófobo contra cidadãos de países vizinhos ou de qualquer outra nacionalidade”, assegura governante.

O número um da Casa de Segurança da Presidência da República reitera que a operação deve ser entendida como “legítima” e que o objectivo é criar as condições para o controlo efectivo dos diamantes, defendendo que devem ser explorados de acordo com as leis e regras em vigor no país.

Pedro Sebastião acrescenta ainda que a ‘Operação Transparência’ pretende apenas “repor a legalidade” na exploração e comercialização dos diamantes, bem como normalizar e controlar a circulação de pessoas e bens no país, especialmente nas Lundas Norte e Sul, Malanje, Kuando-Kubando, Moxico, Bié e Zaire.

“É nessas províncias onde se faz sentir a imigração ilegal neste momento e a pilhagem dos nossos recursos naturais sem quaisquer contrapartidas para o erário”, esclareceu Pedro Sebastião, para quem a conferência de imprensa teve como intuito contrariar as informações tendenciosas postas circular e cujo conteúdo colocam em causa as relações entre Angola e a RDC, o que pode prejudicar as relações de amizade e fraternidade que

o Estado angolano pretende manter com os países vizinhos e, em particular, com a RDC.

Esteve também na conferência de imprensa, entre outras entidades, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, Egídio de Sousa.

A ‘Operação Transparência’ começou a 26 de Setembro e tem o término previsto para 2020, visando combater o garimpo de diamantes e a imigração ilegal. Decorre em sete províncias, nomeadamente, Malanje, Kuando-Kubango, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Bié, Moxico e Zaire.

Governo nega ataques xenófobo contra congoleses

Apreendidas mais de 17 mil quilates de diamantes

O último balanço da ‘Operação Transparência’ divulgado hoje (20) dá conta que, desde o início da operação, a 26 de Setembro, já foram ‘expulsos’ mais de 380 mil estrangeiros, maioritariamente da República Democrática do Congo (RDC), que se dedicavam ao garimpo de diamantes e outros por entrarem no país de forma ilegal. A informação foi avançada pelo coordenador da referida operação, Pedro Sebastião.

Em quase um mês, foram apreendidos mais de 17 mil quilates de diamantes, mais de um milhão de dólares, encerradas mais de 231 casas de compra e venda de diamantes, 90 cooperativa, apreendias 59 armas de fogo e diversas viaturas e motorizadas. Foram também recuperadas mais de 71 dragas, além outros meios usados no garimpo de diamantes

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