Devido ao surto de coronavírus

OMS declara emergência de saúde pública internacional

O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou esta quinta-feira que o novo coronavírus com origem na cidade chinesa de Wuhan é um caso de "emergência de saúde pública internacional", temendo que consequências para os países com sistemas de saúde mais frágeis.

OMS declara emergência de saúde pública internacional
D.R.

O surto do coronavírus na China infectou no país 7.736 pessoas e matou 170, de acordo com o mais recente balanço, divulgado esta quinta-feira pela OMS.

 

"Por todas estas razões, declaro uma emergência de saúde pública internacional sobre o surto global de (2019-nCoV)", afirmou.

"A principal razão para esta declaração não é pelo que está a acontecer na China, mas pelo que está a acontecer noutros países. A nossa maior preocupação é o potencial que o vírus tem de se propagar por países com sistemas de saúde frágeis e que não estão preparados para lidar com isso", frisou o director-geral da OMS.

"Deixe-me ser claro: Esta declaração não é um voto de falta de confiança na China. Pelo contrário, a OMS continua a ter confiança na capacidade da China para controlar a propagação do coronavírus", acrescentou.

"Devemos acelerar o desenvolvimento de vacinas, terapias e diagnósticos; combater os rumores e a desinformação; rever os planos de preparação, identificar lacunas e avaliar os recursos necessários para identificar, isolar e cuidar de casos de impedir a transmissão; e partilhar dados, conhecimento e experiência com a OMS e o mundo. A única maneira de derrotar este surto é que todos os países trabalhem juntos num espírito de solidariedade e cooperação. Estamos todos juntos nisto e só podemos parar juntos", rematou Tedros. Adhanom Ghebreyesus

Nos últimos dez anos, a OMS só uma vez tinha avançado com alerta pandémico. Foi com a gripe das aves H1N1, em 2009. Depois disso, avançou apenas com as situações de emergência internacional, com o vírus Ébola, logo em 2013, com o ressurgimento da Pólio, em 2014, e com o Zika, em 2016.

Um alerta de Situação de Emergência Internacional tem como objectivo travar uma situação ainda mais grave, uma situação de pandemia. É isto que as autoridades de saúde internacionais querem travar.

Ainda assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) opôs-se à restrição de viagens, apesar de o surto do novo coronavírus na China ser uma emergência de saúde pública internacional. "A OMS não recomenda a restrição de viagens, as trocas comerciais e os movimentos de pessoas e opõe-se mesmo a todas as restrições de viagens", afirmou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, Suíça.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adopção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Para a declarar, a OMS considera três critérios: uma situação extraordinária, de risco de rápida expansão para outros países e de resposta internacional coordenada.

A decisão é conhecida após o Comité de Emergência da OMS se ter reunido novamente esta quinta-feira, depois de há uma semana ter considerado prematura a emergência internacional.

O surto do coronavírus na China infectou no país 7.736 pessoas e matou 170, de acordo com o mais recente balanço, divulgado esta quinta-feira pela OMS.

Outros 82 casos de infecção foram reportados por 18 países da Ásia, Europa, Médio Oriente, América do Norte e Oceânia, sete dos quais assintomáticos.

O surto foi detectado em Dezembro na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, no centro da China.

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