ONU NO SUDÃO

Janela para resolução pacífica da crise "está a fechar-se"

O porta-voz das Nações Unidas disse hoje que os desenvolvimentos no Sudão são "preocupantes", no mesmo dia em que o enviado da ONU ao país avisou que "a janela para uma resolução pacífica da crise está a fechar-se".

Janela para resolução pacífica da crise "está a fechar-se"
D.R

Os desenvolvimentos no Sudão, incluindo a nomeação de um novo Conselho Soberano, "são de grande preocupação", admitiu hoje o porta-voz da ONU, acrescentando: "Queremos que a transição seja retomada o mais rapidamente possível e a libertação do primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, bem como de outros políticos e líderes que foram detidos",

A declaração acontece no mesmo dia quem o Conselho de Segurança realizou uma reunião à porta fechada sobre a crise neste país africano, no final da qual não houve nenhuma declaração devido às divergências entre a posição do Reino Unido e da Rússia, segundo disse um diplomata à AFP.

"Continuamos seriamente preocupados com relatos de novas acções unilaterais por parte dos militares, que vão contra o espírito e a letra da declaração constitucional", disse a embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, aos jornalistas, depois da reunião.

Na reunião, o enviado da ONU ao país, Volker Perthes, disse "de uma forma muito directa que a janela estava agora a fechar-se para o diálogo e para uma resolução pacífica" da crise, contou a diplomata.

A reunião na ONU surge no mesmo dia em que o líder militar do Sudão, o general Abdel-Fattah al-Burhan, emitiu um decreto para criar um novo Conselho Soberano, o órgão máximo do processo de transição, desempenhando o cargo de Presidente.

O general al-Burhan dissolveu todas as instituições no golpe de Estado de 25 de Outubro.

O novo Conselho Soberano é composto por 15 membros, o mesmo número que no antigo órgão, nove dos quais são membros antigos, enquanto os seis novos membros são representantes civis de diferentes regiões sudanesas. São cinco militares, três líderes de movimentos rebeldes armados e seis civis.

Está agendada uma manifestação em massa de plataformas civis da oposição contra o golpe, a realizar dentro de dois dias, para condenar a liderança militar, bem como a onda de detenções de vários activistas e importantes líderes da oposição.

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