Em reunião extraordinária

NATO discute crise entre Estados Unidos e Irão

Os embaixadores dos 29 países da NATO vão reunir-se esta segunda-feira extraordinariamente para discutir a crise entre os Estados Unidos e o Irão, anunciou um porta-voz da organização à agência de notícias AFP.

NATO discute crise entre Estados Unidos e Irão
D.R.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO

O Irão prometeu vingança e anunciou que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança da ONU - Rússia, França, Reino Unido, China e EUA - mais a Alemanha.

 

“O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, decidiu organizar esta reunião de embaixadores da NATO depois de ter discutido com os aliados”, disse o porta-voz.

Os embaixadores dos 29 países da NATO reúnem-se regularmente em Bruxelas, várias vezes por semana, para discutir questões atuais e assuntos de interesse comum. No sábado, a NATO anunciou que suspenderia as operações de treino no Iraque após a morte do general iraniano Qassem Soleimani durante um ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque, na sexta-feira.

A missão da NATO no Iraque, que tem algumas centenas de militares, treina as forças do país desde Outubro de 2018, a pedido do governo iraquiano, para impedir o retorno do Estado Islâmico (EI).

O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No mesmo ataque, morreu também o número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou, no domingo, que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas - Rússia, França, Reino Unido, China e EUA - mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em Maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.

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