Em Luanda

Arranca amanhã campanha de vacina contra a pólio

Arranca, a partir de amanhã, em Luanda, a campanha de vacinação contra a poliomielite, que prevê abranger dois milhões de crianças menores de cinco anos.

Arranca amanhã campanha de vacina contra a pólio
D.R.

A campanha será porta a porta nas unidades de saúde da rede pública e privada, nas creches, nas escolas, nos mercados e em locais com aglomerados de mães com crianças do grupo alvo.

 

Segundo a coordenadora do Programa de vacinação de Luanda, Filismina Neto, esta acção, denominada 'Campanha de resposta ao surto', surge pelo facto de o país, há quatro meses, ter registado novos casos de poliomielite, num total de 18, com maior incidência na Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico.

Luanda tem um caso notificado no município do Kilamba Kiaxi, bairro dos Rastas.

Dados disponíveis indicam que 11 províncias notificaram novos casos de poliomielite.

Filismina Neto disse que, neste fim-de-semana, será a ronda zero seguida de mais duas nos dias 1, 2 e 3 de Novembro e a última nos dias 15, 16 e 17 do mesmo mês, para o reforço.

“Recomenda-se uma campanha de qualidade do que quantidade. Vamos fazer a implementação nos três dias e a monitorização que vai certificar a criança vacinada. É considerada vacinada a criança que receber as duas gotas e tiver a unha do dedo mindinho da mão esquerda pintada”, referiu.

Para o êxito da campanha, reiterou, foram mobilizadas todas as administrações, até as comissões de moradores, para que recrutem vacinadores locais e que sejam formados para o efeito.

Além de vacinar, haverá o rigor arecolha dos frascos utilizados, tanto os vazios, os cheios, como os partidos para o descarte, pelo Gabinete Provincial de Saúde, uma exigência da comunidade internacional.

Filismina Neto avançou que um amplo trabalho de sensibilização foi feito com as comissões de moradores e líderes religiosos para adesão massiva à campanha, que será porta a porta, nas unidades de saúde da rede pública e privada, nas creches, nas escolas, nos mercados e em locais com aglomerados de mães com crianças do grupo alvo.

Luanda não registava novos casos desde 2010 e o país desde 2011.

No mundo, Abril é considerado o mês da troca de vacinas trivalente pela bivalente. A poliomielite é causada por três serotipos (tipo1, tipo2 e tipo 3).

Angola retirou a pólio oral em 2016 e introduziu no sistema a vacina pólio injectável em 2017.

“A troca devia ser simultânea, o que não ocorreu. Foi um espaço de um ano. Este grupo de crianças que não recebeu, durante um ano, a trivalente ficou vulnerável”, reforçou.

A responsável apontou ainda como factor do surgimento de novos casos, a baixa cobertura vacinal.

Enfatizou estarem criadas as condições para que casos deste tipo não voltem a acontecer, daí o rigor na recolha de frascos utilizados e não utilizados para se fazer o descarte.

A poliomielite é uma doença contagiosa causada por um vírus que ataca o sistema nervoso e que pode provocar paralisia das pernas e braços. É transmitida quando o vírus da pólio que se encontra nas fezes de uma pessoa doente entra na boca de uma criança por meio da água, alimentos ou mãos sujas.

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