Segundo a ministra da Saúde

Governo quer corte vertical em todos os hospitais do país

O Governo pretende implementar, a curto prazo, os serviços de corte vertical em todas as unidades sanitárias do país, para evitar o contágio do vírus do VIH/Sida da mãe para o bebé.

Governo quer corte vertical em todos os hospitais do país
D.R.
Estima-se que 310 mil pessoas vivam com o VIH/Sida no país.
Sílvia Lutucuta

Sílvia Lutucuta Ministra da Saúde

A medida poderá ocorrer com a materialização do Programa Integrado de Intervenção aos Municípios (Piim), que prevê uma aposta séria das administrações municipais na melhoria do sector da saúde.

A intenção foi manifestada no Kuíto, Bié, pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que avançou que, apesar da campanha ‘Nascer Livre para Brilhar’, lançada no Moxico, em Dezembro de 2018, e de haver já resultados positivos, o Governo ambiciona expandir tais serviços por todos os hospitais do país.  

A medida, esclarece a dirigente, poderá ocorrer com a materialização do Programa Integrado de Intervenção aos Municípios (Piim), que prevê uma aposta séria das administrações municipais na melhoria do sector da saúde.

Dados estatísticos de 2015 e 2016 estimam que, pelo menos, 310 mil pessoas estejam a viver com o VIH/Sida em Angola, uma prevalência actual de dois por cento, segundo o Ministério da Saúde.

Até Dezembro do ano passado, estavam  registados cerca de 75 mil pessoas para o tratamento com anti-retrovirais. O Plano Operacional da Prevenção de Transmissão do VIH da mãe para o filho 2019-2021 e as respectivas metas provinciais e nacional prevê igualmente aumentar a utilização do preservativo entre os jovens dos 15 aos 24 anos e melhorar a qualidade dos cuidados pediátricos até 2021.  

Prevê-se ainda o fornecimento regular de testes rápidos, mais medicamentos nas unidades sanitárias, para facilitar o acesso, realização de campanhas de sensibilização e mobilização para incentivar, sobretudo as mulheres grávidas, a fazerem testes voluntários, devendo envolver a sociedade civil, empresas públicas e privadas, bem como as ONG.   

O Bié registou, no primeiro trimestre, 351 novos casos de VIH/Sida, 22 dos quais em crianças, contra 228 registados em igual período do ano passado.

Foram testadas 12.951 pessoas contra a enfermidade, nas diversas unidades sanitárias da região, mais 470 em relação a igual período de 2018.  

A campanha nacional ‘Nascer Livre para Brilhar’ foi lançada  pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço. Tem como meta a redução da taxa de transmissão do VIH de mãe para filho de 26 por cento (em 2019), para 14 por cento até 2021.  

Na altura, Ana Dias Lourenço, citando dados da ONUSIDA de 2017, referiu que Angola regista uma baixa taxa de cobertura dos Serviços de Transmissão de VIH da mãe para o filho, onde apenas 34 porcento das mulheres grávidas, que vivem com o vírus recebe terapia com antí-retrovirais para não contaminar o bebé.

A iniciativa da Primeira Dama da República, Ana Dias Lourenço, alia-se às estratégias do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida, que baseadas nas metas e compromissos globais assumidos pelo país, elaborou, recentemente, um Plano Nacional de Aceleração da Prevenção da Transmissão do VIH da mãe para filho.

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