Actual direcção acusa a anterior pelo abandono da instituição

Faltam ambulâncias e meios à Cruz Vermelha

A Cruz Vermelha em Angola atravessa sérias dificuldades. Tem equipamentos obsoletos por falta de cuidados. Precisa de 20 ambulâncias, mas só tem duas. O presidente da instituição queixa-se de falta de apoios e de o estado da organização que se danificou nos últimos 12 anos.

Faltam ambulâncias e meios à Cruz Vermelha

A Cruz Vermelha de Angola é uma organização que auxilia o Estado na satisfação das necessidades básicas de modo urgente.

A Cruz Vermelha de Angola (CVA) precisa de 20 ambulâncias para poder funcionar em pleno. Para já, só tem apenas duas viaturas para atender as 18 províncias. Uma delas encontra-se ao serviço da direcção central e a outro pertence à delegação provincial de Luanda. O resto das viaturas está num estado “obsoleto”, por falta de manutenção. A actual direcção, liderada pelo jurista Alfredo Elavoco Pinto, faz um balanço “crítico” da organização, comparando-a com um doente nos cuidados intensivos a precisar de reanimação urgente para o “ressuscitar”. Ter apenas duas viaturas para atender as 18 províncias torna o trabalho “complicado”, enfatiza o líder da organização. Também faltam meios para socorrer as vítimas de sinistralidade, natural e rodoviária, o que torna o funcionamento da instituição “mais dificultado”.

De acordo com Alfredo Elavoco Pinto, a instituição sofreu um “abalo” durante 12 anos, que provocou um “choque”. Ou seja, a instituição estava “prestes a desaparecer, deixou de ser dinâmica, travou no processo de engajamento e actuação com as comunidades”, pelo que agora “estamos a redinamizá-la”.

A Cruz Vermelha de Angola é uma organização que auxilia o Estado na “satisfação das necessidades básicas de modo urgente”, nos projectos sociais, sobretudo ligados à Saúde, no socorro as vítimas de calamidades, desastres naturais, entre outras áreas de actuação. O responsável considera que o património “obsoleto” não tem salvação e a CVA “não tem condições” para o repor. Por outro, as instituições que apoiavam deixaram de o fazer por “não acreditarem” na organização.

Com base no protocolo, entre a CVA e o Ministério da Saúde, a organização endereçou, este ano, uma carta ao Governo a pedir ajuda na aquisição de viaturas para apoiar o serviço da instituição, Segundo Alfredo Elavoco Pinto, até agora o Ministério da Saúde ainda “não deu resposta”.

O líder a CVA atira as responsabilidades do estado da CVA para a anterior direcção, mas subinha “não querer entrar em polémicas” e preferir, em contrapartida, abordar apenas do futuro da organização.  Foi elaborado um plano estratégico, do qual se definiram os projectos e as acções que serão promovidas até 2030. “A nossa instituição exerce actividades de emergência e urgência e antes do Estado chegar, devemos estar lá”, refira. A organização auxilia o Governo, nos projectos em que este não pode intervir.

Quando a vontade de ser solidário deixa de existir a organização “desaparece”. “Foi o que aconteceu nos últimos 12 anos”, lembra o responsável. Elavoco Pinto realça que, mesmo a atravessar as dificuldades, todos estão determinados a trabalhar para manter a CVA viva. “Não há condições para repor os meios que foram se deteriorando, mas estamos a trabalhar para resolver essa situação”, promete.

 

Socorristas pagos

Os socorristas voluntários da CVA, que prestam auxílio e socorro nos campos e quadras desportivas, para tratar dos jogadores que tenham contraído lesões, recebem um subsídio pelo trabalho que exercem, pago pelas equipas que jogam em casa. Este é um princípio internacional que determina que, sem a presença destes voluntários, o jogo não deve começar.

Os valores são entregues aos secretariados provinciais. Angola tem mais de 10 mil voluntários que não trabalham só nos recintos desportivos, também na sensibilização das comunidades no combate de diversas doenças. Os clubes têm cumprido com os pagamentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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