Caso 900 milhões de dólares

Carlos São Vicente sob termo de identidade e residência

O empresário Carlos São Vicente foi ouvido terça-feira em primeiro interrogatório, pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal da Procuradoria-Geral da República (PGR), por suspeita dos crimes de peculato, branqueamento de capitais e tráfico de influências.

Carlos São Vicente sob termo de identidade e residência

 

O antigo presidente do conselho de administração da seguradora AAA, segundo a Angop, foi ouvido por um período de três horas, num interrogatório que foi suspenso por procedimentos e que deverá prosseguir ainda hoje. Carlos São Vicente foi constituído arguido na quarta-feira passada.

Oo empresário, que se fez acompanhar de dois advogados, foi ouvido por dois magistrados da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP).

O interrogatório acontece uma semana depois de a PGR apreender 49 por cento das participações sociais da AAA Activos no Standard Bank de Angola, SA, sob gestão de Carlos São Vicente.

As apreensões decorreram no âmbito do processo nº 12-A/2020 - SNRA, aberto por haver fortes indícios dos crimes de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influências e branqueamento de capitais.

Foram ainda apreendidos três edifícios AAA e o IRCA na avenida Lénine, na Nova Marginal, avenida 21 de Janeiro e na rua Amílcar Cabral, bem como a rede de hotéis IU e IKA, todos localizados em Luanda.

O mandado de apreensão é extensivo aos edifícios situados nas restantes províncias, com excepção dos que se encontram sob gestão do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

Como fiéis depositários foram nomeados o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (Igape) para as participações sociais, e o Cofre Geral de Justiça, para os edifícios e redes de hotéis.

Em nota, o Standard Bank de Angola, SA (SBA) informou que foi, formalmente, notificado pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR sobre a apreensão da participação social minoritária, de 49 por cento, da AAA Activos, Lda no SBA.

O banco disse estar a colaborar com as autoridades competentes e a trabalhar em articulação com o Banco Nacional de Angola(BNA)e sclareceu, igualmente, que o processo em curso “não envolve o Standard Bank de Angola, mas apenas o accionista minoritário, AAA Activos, Lda.” e não afecta a operação diária, nem a gestão executiva da instituição.

Na sexta-feira, a directora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR, Eduarda Rodrigues, reuniu-se, em Berna, com as autoridades judiciais da Suíça, com quem discutiu o processo referente aos 900 milhões de dólares depositados ilicitamente na conta do empresário angolano Carlos de São Vicente.

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