Na Tailândia

Tribunal dissolve partido que criticava militares

O Tribunal Constitucional da Tailândia dissolveu, esta sexta-feira, um partido político da oposição que critica os militares e baniu o seu líder  político por 10 anos devido a um empréstimo que ele concedeu ao partido.

Tribunal dissolve partido que criticava militares
D.R.

 

A acção contra o Partido Futuro Adiante ocorreu menos de um ano após a Tailândia realizar uma eleição para acabar com o governo militar directo e fortalece a posição no Parlamento de uma aliança liderada pelo primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha, o ex-líder da junta que assumiu o poder num golpe em 2014. 

O Futuro Adiante, liderado pelo herdeiro bilionário Thanathorn Juangroongruangkit, 41 anos, critica o domínio militar na política.  O partido ficou em terceiro lugar nas eleições, conquistando o apoio de muitos jovens e ocupando 81 dos 500 assentos disputados no Parlamento. 

O tribunal decidiu que o partido infringiu a lei ao receber um empréstimo de 191 milhões de baht (cerca de 10 milhões de dólares) de Thanathorn. 

"O partido deve ser dissolvido de acordo com a lei dos partidos políticos de 2017”, disse a juíza Panya Utchachon, do Tribunal Constitucional.

O tribunal também suspendeu os direitos políticos de Thanathorn e de outros 15 líderes do partido por 10 anos. O Futuro Adiante e Thanathorn negaram qualquer irregularidade. 

“Eles querem destruir-nos, mas este é o momento de provar que eles não nos podem destruir. Temos de ser mais fortes”, disse Thanathorn a militantes na sede do partido, após a decisão.

Ele afirmou também que o Futuro Adiante "é mais do que um partido", e que as autoridades poderiam dissolvê-lo, mas não poderiam "dissolver o povo".

A maioria dos parlamentares da legenda manterá as cadeiras e poderá formar um novo partido, mas a proibição dos líderes reduzirá os votos da oposição e a capacidade de bloquear a agenda de Prayuth. 

Logo após a decisão, o primeiro-ministro Prayuth pediu que a decisão do tribunal fosse respeitada. “Acredito que aqueles que votaram no Futuro Adiante possam encontrar outros mecanismos para fiscalizar o trabalho do governo”, disse num post, que foi posteriormente retirado do Facebook.

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