Por destruir marca de joalharia

Sindika Dokolo processa empresa de diamantes

O empresário congolês Sindika Dokolo anunciou esta quinta-feira que interpôs um processo exigindo uma indemnização da diamantífera angolana Sodiam, acusando a administração de ter destruído deliberadamente o valor da joalharia de luxo suíça “De Grisogono”, em que são ambos sócios.

Sindika Dokolo processa empresa de diamantes
D.R

Em declarações à Lusa, Sindika Dokolo, casado com a empresária Isabel dos Santos, explicou que o processo deu entrada esta quarta-feira no tribunal arbitral de Londres e visa a Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam), que, acusou, tornou-se numa “empresa política”.

A Sodiam é visada, explicou, por “‘hacking’ e roubo de documentos”, relativa a correspondência de colaboradores de Sindika Dokolo, mas também “por violação do princípio de confidencialidade”, ao alegadamente divulgar esses documentos, apesar das regras do acordo parassocial, que também obrigam à arbitragem no tribunal de Londres.

E por ter destruído o valor económico do meu investimento. Eu sim, perdi 120 milhões de dólares”, afirmou o empresário e colecionador de arte congolês.

“Há um jogo político a tentar culpar a família dos Santos por todos os problemas em Angola”, criticou, classificando o actual momento como de “caça às bruxas” e com uma “destruição de valor cega e irresponsável” por parte da administração daquela empresa estatal angolana.

“Se a Sodiam quiser destruir valor do seu património o problema é dos seus gestores e dos donos da empresa, que é o Estado angolano. Não aceito é que se destrua património que trabalhei duramente para construir e dinheiro que investi de forma comprovada. E não aceito ser assim alvo de uma campanha política, para sujar os nomes das pessoas atrás de mim, da família dos Santos. Não aceito ser vítima disso sem me defender”, disse.

Na origem do diferendo está o anúncio, em Novembro de 2017, pela Sodiam, responsável pela comercialização dos diamantes do país, da saída da sociedade que controla a holding do grupo “De Grisogono”, a joalharia de luxo suíça detida por Sindika Dokolo e pela empresa angolana (em partes iguais).

“Vou pedir reparação [indemnização], não me cabe a mim determinar. Perdi mais do que a Sodiam”, garante Sindika Dokolo, rejeitando as alegações da administração, que se queixa de 200 milhões de dólares perdidos neste negócio.

 

 

 

 

 

 

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