Na Funda, Quiçama, Calumbo e Belas

Sabão entra no combate à pobreza

Em Setembro, a rede Ambiental Mayombe começa a formar 150 pessoas para produzirem sabão artesanal na Funda, Calumbo, Icolo e Bengo, Quiçama e Belas. O projecto visa o combate à pobreza, dar consciencialização ambiental e criar emprego e tem o apoio do Governo

Sabão entra no combate à pobreza
Januário Augusto

Januário Augusto Promotor do projecto

Cada cooperativa será composta por 10 pessoas e poderão produzir diariamente mil barras de sabão.

A rede das associações de defesa ambiental Mayombe poderá formar, em Setembro, 150 pessoas na produção de sabão artesanal de marca ‘Mukulo’, primeiro na Funda, em Cacuaco, depois em Viana, Cazenga, Icolo e Bengo e na Quiçama. O projecto terá o apoio dos ministérios do Ambiente, da Saúde, da Promoção das Mulheres e Acção Social e do Emprego, Trabalho e Segurança Social. Os formandos poderão depois constituir pequenas cooperativas de produção e comércio do sabão nas diversas comunidades consideradas vulneráveis.

A criação destas cooperativas consta do programa de ‘Integração das Comunidades mais vulneráveis às profissões ‘verdes’, um projecto de integração de jovens, mulheres e antigos militares na criação dos empregos ‘verdes’. As formações, na vertente teórica e prática, em matérias de empreendedorismo e como iniciar um emprego, terão início na segunda quinzena de Setembro, enquanto este mês estão a ser cadastradas as pessoas que mostrarem interesse em fazer parte das cooperativas.

O sabão Mukulo será produzido apenas na Funda e homenageia o bairro com o mesmo nome, sendo a primeira zona a beneficiar do projecto. Os promotores pretendem criar marcas diferenciadas, por isso é que cada região que beneficiar do projecto poderá criar a sua própria marca “desde que seja um nome referente à zona e que crie competitividade entre marcas”, resume o presidente da Rede Ambiental Mayombe e especialista em tecnologias de produções limpas e ecológicas, Januário Augusto.

Os promotores pretendem que as pessoas, depois de formadas, sejam elas próprias a criar as pequenas unidades de processamento e colheitas dos resíduos, como por exemplo o óleo de cozinha já usado que servirá de ingrediente para a produção do sabão e também os auto-empregos

De acordo com Januário Augusto, a “qualidade” do sabão poderá ser testada e certificada pelo Ministério da Saúde, por meio de exames laboratoriais para se “evitarem” possíveis “danos colaterais” ao ser humano ou às roupas.

O Ministério a Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) poderá garantir apoio, através dos centros de Formação Profissional (INEFOP) com as formações, estando já preparados os técnicos.

Cada cooperativa será composta por 10 pessoas e poderão produzir diariamente mil barras de sabão, “quantidades que poderão variar de acordo com a capacidade financeira de cada uma”, sublinha o responsável.

Para a produção de sabão e sabonetes artesanais, são necessários óleo de cozinha já usado, ou seja, soda cáustica, conhecida por cal (mas diferente da usada na construção civil), água, corantes para colorir e dar o aroma (cheiro ideal para o sabão ou sabonete), produtos que podem ser encontrados em qualquer supermercado ou restaurantes.

Os promotores poderão assinar acordos com bancos para o financiamento das cooperativas e cada uma poderá beneficiar de um financiamento equivalente a 10 mil dólares.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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