“Gestão muito subjectiva”

Presidente da Taag ataca Emirates

Presidente da Taag ataca Emirates
DR
Rui Carreira

Rui Carreirapresidente da comissão executiva da Taag

Nos últimos dois anos, a Taag mudou de administração três vezes. Isso é uma violência para qualquer empresa.

A intervenção da Emirates na gestão da Taag foi “muito subjectiva” e pessoalmente, digo que o meu balanço não é positivo”, defendeu Rui Carreira, presidente da comissão executiva da Taag, em entrevista à Angop, acrescentando que “houve mais coisas más do que boas” e que “os contratos de gestão dessa natureza não as recomendo”.  

Rui Carreira não entrou em muitos detalhes ao referir-se à gestão dos árabes da Emirates, salientando porém que houve “muitas dificuldades” da companhia “decorrentes do facto de ser uma empresa vocacionada para o serviço público que, por norma, não é lucrativo”. Assumindo que “não faz sentido a transportadora aérea deixar de voar para alguns destinos domésticos como Cuito, Menongue ou Huambo só porque essas rotas não são lucrativas”, avisa que, “mesmo com o impacto negativo na situação financeira, a Taag vai continuar a cumprir o seu papel”.

O executivo considerou que, por ser uma empresa do Estado, desde que foi constituída, a Taag sempre foi deficitária, “nunca deu lucros, e o acumular desses resultados negativos, ao longo dos anos, faz que apresente hoje, na sua contabilidade, capitais próprios negativos”.

Instado se poderia considerar-se a transportadora aérea tecnicamente falida, Rui Carreira diz que o termo está correcto, mas, se formos por essa ordem de ideias, vamos dizer que a Taag está falida desde a sua fundação em 1976. “O termo falência é forte, dado que a empresa fecha. O certo é que ela nunca fechou”, considerando que “é uma companhia do Estado que gere fluxos de caixa negativos, mas não está em falência”, porque “o Estado pode, de forma administrativa, colocá-la numa situação diferente”.

Rui Carreira reprova as constantes mudanças de direcção. “Nos últimos dois anos, a Taag mudou de administração três vezes. Isso é uma violência para qualquer empresa”, avalia o responsável, que tranquiliza os trabalhadores porque “não haverá despedimentos”, mas sim “continuar a reformar quando reunirem requisitos legais para o fazer, como a reforma, e, também, naquelas situações em que o trabalhador não faz nada”, acrescentando que “aí a empresa será obrigada a dar trabalho, ou a convidá-lo a rescindir o contrato”.

 

 

 

 

 

 

 

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