MOÇAMBIQUE

PR exige “resposta cada vez mais inteligente” no combate ao crime

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu "resposta cada vez mais inteligente" da polícia no combate à criminalidade, numa alusão aos ataques armados e aos raptos.

PR exige “resposta cada vez mais inteligente” no combate ao crime
D.R.

"O povo olha para este encontro como oportunidade para avaliar o vosso trabalho em todos aspetos, com vista à erradicação urgente do terrorismo, do crime organizado, incluindo os frequentes raptos que ameaçam a nossa economia"

"O país é desafiado pela pandemia da covid-19, num momento em que combate vigorosamente o terrorismo e focos de ataques no centro do país. São fenómenos que exigem uma capacidade de resposta cada vez mais inteligente das nossas autoridades, quer no domínio da prevenção, quer no da investigação criminal", disse Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante a abertura do XXI congresso coordenador da Polícia da República de Moçambique (PRM), que decorre até quarta-feira, em Maputo.

Filipe Nyusi reiterou que é missão da PRM garantir o respeito pela legalidade, através da adoção de medidas de prevenção e combate ao crime, que se tem apresentado "cada vez mais sofisticado".

"O povo olha para este encontro como oportunidade para avaliar o vosso trabalho em todos aspetos, com vista à erradicação urgente do terrorismo, do crime organizado, incluindo os frequentes raptos que ameaçam a nossa economia", concluiu o Presidente.

Desde o início de 2020, as autoridades moçambicanas registaram mais de 10 raptos, cujas vítimas são empresários ou familiares.

Em Abril, o país registou mais de três casos de raptos.

O centro de Moçambique tem sido alvo de ataques armados, desde 2019, atribuídos à autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas.

Por outro lado, grupos armados aterrorizam Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projecto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque ocorreu em 24 de Março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projecto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.