Lançada terça-feira pelo ministro do Interior

‘Operação Resgate’ em todo o território

Polícia inicia combate à venda ambulante e de moeda estrangeira com a promessa de respeitar os direitos humanos. A ONU já criticou Angola por causa da expulsão de imigrantes. Governo garante que quer “resgatar a autoridade”.

‘Operação Resgate’  em todo o território

A polícia encoraja quem se sinta vítima de excesso policial a apresentar reclamações à inspecção dos comandos municipais da Polícia Nacional.

O combate à venda nas ruas, à troca de dólares, às oficinas ao ar livre, à imigração ilegal, à travessia fora das passadeiras ou em locais impróprios e ao vandalismo dos bens públicos estão na ‘mira’ da Polícia Nacional, durante a operação ‘resgate’, em toda Angola. Durante a operação, a polícia poderá também colocar ‘fim’ à venda de acessórios de viaturas e motorizadas sem autorização e o encerramento de cantinas, igrejas e estabelecimentos comerciais sem legalização.  A operação ‘resgate’ irá decorrer em simultâneo com a ‘transparência’, iniciada em Setembro, que incide particularmente na expulsão de cerca de 400 mil estrangeiros.

A medida já foi contestada pelas Nações Unidas, através da Alta Comissária para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, que pediu ao Governo a “suspenção das expulsões em massa” de migrantes oriundos da República Democrática do Congo (RDC).

O ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, no lançamento oficial da operação, esta semana, justificou que se pretende “resgatar a autoridade do Estado, principalmente, no combate ao crime e à imigração ilegal, e reforçar a ordem pública, ordenar a venda ambulante e travar o comércio ilegal de acessórios de viaturas”. O governante sublinhou que “as operações de segurança não se circunscrevem apenas aos comportamentos criminais previstos na legislação, mas a todas as outras condutas que põem em causa a paz social e a qualidade de vida das populações”.

O comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, lamentou que os índices de criminalidade “ainda sejam preocupantes”, principalmente, nas principais capitais das províncias. “Queremos baixar consideravelmente os níveis de crimes para que isso traga aos cidadãos um maior sentimento de segurança”, prometeu.

O responsável destacou o “resgate da autoridade do Estado” como um dos fundamentos da operação, que deve envolver todos os efectivos da polícia e órgãos de justiça, administrativos e de segurança.  Paulo de Almeida pede a “compreensão” da população durante a operação, que terá, promete, um carácter “pedagógico, orientador e repressivo”.

A Polícia encoraja quem se sinta vítima de excesso policial a apresentar reclamações à inspecção dos comandos municipais da Polícia Nacional. Durante a operação, vão trabalhar inspectores com o objectivo de fiscalizar a actuação dos efectivos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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