vítima de cancro do pâncreas

Morreu Johnny Clegg, cantor que desafiou o Apartheid

O músico sul-africano Johnny Clegg morreu, na terça-feira, 16,  na cidade Joanesburgo, aos 66 anos, vítima de cancro no pâncreas, doença de que padecia desde 2015.

Morreu Johnny Clegg, cantor que desafiou o Apartheid
D.R.

Johnny Clegg foi detido várias vezes por violar as leis de segregação racial.

Durante décadas, Clegg usou a música para combater o regime racista do Apartheid, na África do Sul.

Nascido na Inglaterra, em 1953, de pai inglês e mãe zimbabueana, Johnny Clegg aprendeu a falar a língua zulu e a tocar guitarra na adolescência, em Joanesburgo.

Foram seus mestres, trabalhadores imigrantes negros confinados em ambientes pobres e com acesso limitado à cidade.

Graças ao interesse pela integração cultural, ganhou as alcunhas ‘Umlungu omnyama’, ou ‘Negro branco’ e ‘Zulu branco’.

Na década de 1970, tornou-se bastante popular com o grupo Juluka, que fundou com Sipho Mchunu. Na altura, o trabalho do grupo era visto como um desafio à política segregacionista de Pretória.

Johnny Clegg foi detido várias vezes por violar as leis de segregação racial.

A música de Clegg e Mchunu era de inspiração folclórica, com fortes marcas da guitarra maskandi, cantada em zulu e em inglês. As suas danças eram puramente de inspiração africana.

Asimbonanga

Morreu Johnny Clegg, cantor que desafiou o Apartheid

(Johnny Clegg e Nelson Mandela, durante um concerto em 1997)

Depois de anos de trabalho com Mchunu, Johnny Clegg fundou o grupo Savuka, de orientação não distante do Juluka.

Um dos temas, ‘Asimbonanga’, de 1987, tornou-se num dos hinos pela libertação de Nelson Mandela. Clegg critica exactamente a proibição da apresentação pública de imagens do ícone de luta conta o Apartheid.

Entre os sucessos, constam Woza Friday, Scatterlings of Africa, Impi, Great Heart ou African Sky Blue.

Os seus discos tiveram vendas superiores a cinco milhões de cópias.

Ao longo da carreira, foi Indicado ao Grammy, venceu o Billboard Music Award, e teve inúmeras distinções na África do Sul.

Clegg deixou uma marca indelével na indústria musical e nos corações das pessoas.

Condolências do governo sul-africano

Horas após a sua morte, o governo da África do Sul escreveu no twitter que a música de Johnny Clegg “tinha a habilidade de unir as pessoas de diferentes raças e transformá-las em comunidade. “Enviamos as nossas sinceras condolências à família, amigos e fãs. Clegg deixou uma marca indelével na indústria musical e nos corações das pessoas.”

Johnny Clegg, também formado em antropologia, deixa viúva, Jenny, e os filhos Jesse e Jaron.

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