Ameaça entre 19 a 21 de Novembro

Médicos em greve

Na próxima semana, o país poderá assistir à paralisação de alguns serviços hospitalares devido à greve dos médicos, marcada para 19 a 21. O sindicato exige “dignificação” da profissão, enquanto o Ministério da Saúde remete-se ao silêncio.

Médicos em greve
Mário Mujetes
Os médicos exigem mais condições nas unidades terciárias.

O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA) ameaça fazer greve nos dias 19, 20 e 21 após o silêncio do Ministério da Saúde (Minsa) sobre as reivindicações apresentadas a 6 de Agosto. A decisão foi tomada após o Fórum Nacional dos médicos, que decorreu na semana passada, e contou com a presença de 154 especialistas. Durante a greve, os médicos garantem prestar os cuidados de quimioterapia e radioterapia, diálise, urgência interna, cuidados paliativos em internamento, imunoterapia com ligação aos doadores de sangue, além de outros serviços imprescindíveis à dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar.

Ao NG, o presidente do SINMEA, Adriano Manuel, afirma que o (Minsa) nunca respondeu ao caderno reivindicativo: “Apresentámos 15 pontos. Fomos chamados pelo Ministério, mas nunca para abordar sobre o caderno reivindicativo”.

No caderno reivindicativo, os médicos alegam serem “penalizados” com políticas que “desvalorizam e descaracterizam” a profissão. E que procuram a “dignificação” da profissão e a redinamização das carreiras.  A organização admite que está disposta a negociar.

O SINMEA reivindica, entre outras exigências, o ingresso imediato dos médicos desempregados para o preenchimento de vagas nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS); substituição do actual regime remuneratório; efectivação imediata do pagamento dos subsídios; criação de condições de habitabilidade (casas individuais) com energia eléctrica, alimentação, água, transporte entre outros, para os médicos colocados nos municípios, fora das capitais; garantir e supervisionar de forma imediata transporte colectivo para os médicos que prestam serviços no SNS nos municípios e fora das capitais: melhorar o atendimento nas unidades sanitárias de nível primário com recursos humanos (médicos e enfermeiros de família, saúde pública, epidemiologistas e melhoria das condições de trabalho nas unidades sanitárias de nível secundário, nomeadamente recursos materiais, físicos, humanos e financeiros, enfatizando: equipamentos de RX ecógrafos, ECG e laboratórios convencionais (hematologia, imunologia e bioquímica).

Além disso, os médicos exigem mais condições nas unidades terciárias, com equipamentos “condignos” e bancos de urgência dos hospitais secundários e terciários com medicamentos e material necessário para abordar doentes graves.

 

 

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