Na ONU

Líderes mundiais debatem crise climática

Líderes mundiais, entre os quais o Presidente João Lourenço, participam esta segunda-feira, em Nova Iorque, EUA, na reunião de Alto Nível sobre Acção Climática, que antecede o início do Debate Geral da 74.ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.

Líderes mundiais debatem crise climática
D.R
João Lourenço vai discursar na terça-feira

O chefe de Estado chegou domingo a Nova Iorque, onde vai cumprir uma intensa agenda, com destaque para terça-feira, dia em que discursa no Debate Geral da 74.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, a decorrer de 24 a 30 de Setembro deste mês.

A ministra angolana do Ambiente, Paula Coelho, declarou, naquela cidade americana, que o país está engajado nos compromissos sobre as alterações climáticas e, cada vez mais, implementa programas e acções específicas que já se fazem sentir.

Angola é parte da Conferência da ONU sobre as alterações climáticas. Em termos de legislação nacional, a ministra fez saber que o processo de ratificação do Acordo de Paris sobre o Clima já se encontra na Assembleia Nacional (Parlamento angolano).

Notou que uma das preocupações do sector que dirige tem a ver com a cobertura vegetal do país. “Precisamos de ter espaços cada vez mais verdes que irão proporcionar melhor qualidade do ar, para combater outro tipo de doenças respiratórias”, ressaltou.

O encontro de cúpula sobre Acção Climática reúne governos, sector privado, sociedade civil, autoridades locais e outras organizações internacionais, para desenvolver soluções ambiciosas em áreas como transição global para energia renovável, infra-estruturas, cidades e agricultura sustentáveis, entre outros.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, faz da luta contra a crise climática uma das suas prioridades.

Guterres pretende manter os países nos compromissos internacionais que assumiram para reduzir o aquecimento global, como parte do Acordo de Paris de 2015.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi excluído desse encontro de cúpula, que terá a presença de 60 Chefes de Estado, porque o seu governo não apresentou planos para aumentar os compromissos a favor do meio ambiente e contra o aquecimento global.

A ONU decidiu, contudo, abrir um espaço para debater as acções na região Nordeste do Brasil, contando com a participação do governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

O aumento das queimadas na Amazónia, no mês de Agosto, causou uma pressão internacional sobre a preservação da floresta pelo governo brasileiro, que rebateu acusando países como a França de adoptarem uma postura colonialista.

Os EUA também não farão parte do encontro. O presidente Donald Trump, anunciou, em Junho de 2017, a retirada do país do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.

O Acordo foi assinado por 196 países com o intuito de reduzir o aquecimento global. A decisão provocou reacções adversas em todo o mundo e prejudicou o combate às alterações climáticas.

No discurso em que justifica a saída dos EUA do referido acordo, Trump argumenta que o não cumprimento das obrigações estabelecidas objectivam defender os empregos dos cidadãos americanos e que o Fundo Verde do Clima da ONU é somente “uma forma disfarçada de distribuir riquezas para outros países”.

No último sábado, as Nações Unidas também abriram as suas portas a jovens de todo o mundo para o encontro da cúpula da juventude sobre o clima, que contou com a participação da estudante sueca, de 16 anos, Greta Thuenberg.

O movimento de greves para reverter a aceleração das mudanças climáticas começou com a iniciativa de Greta Thunberg, no colégio onde estuda, na Suécia, e, em pouco tempo, ganhou força noutros países. Segundo a ONU, o mundo tem actualmente 1,8 mil milhões de jovens.

Na última sexta-feira, estudantes de todo o mundo saíram às ruas para dizer é hora de reverter a aceleração das mudanças climáticas e construir um planeta sustentável com base nas directrizes do Acordo de Paris e com medidas ainda mais ambiciosas.

Segundo dados da ONU, os prejuízos com desastres do clima bateram o recorde de 320 mil milhões de dólares no ano passado, as emissões de dióxido de carbono do sector energético subiram para 33,5 giga toneladas e a temperatura de furacões no Caribe, que acabou recentemente com décadas de desenvolvimento.

o secretário-geral da ONU lembrou que o Acordo de Paris sobre o clima é um compromisso internacional por acções que mantenham o aumento da temperatura global abaixo dos dois graus célsius.

Mas Guterres diz que alguns cientistas já falam na possibilidade desse objectivo não ser alcançado. Por isso, fez um apelo aos líderes mundiais para que cortem as emissões de gás de efeitos de estufa em pelo menos 25 por cento até 2020.  

 

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