147 trabalhadores serão dispensados

Aumento dos custos leva ao encerramento da EKA

A empresa Cervejeira EKA, situada no Dondo, no Kwanza-Norte, considera suspender a produção a partir de Junho deste ano, devido ao aumento dos custos operacionais.

Aumento dos custos leva ao encerramento da EKA
D.R.

 

A paralisação da produção da cervejeira, segundo o director-geral, Marc Mayer, que falava hoje, quinta-feira, à Angop, poderá mandar ao desemprego 147 trabalhadores.

Segundo o responsável, a empresa enfrenta "enormes" problemas de tesouraria, agravados pelas dificuldades de aquisição de matéria-prima e peças sobresselentes para a manutenção.

Os gastos, com a aquisição de matéria-prima e peças sobressalentes, estimou, consomem, no total, 70 por cento das receitas da empresa, sem avançar dados da facturação, situação que implicou a redução significativa do volume de produção.

O responsável esclareceu ainda que,  devido a esta realidade, o remanescente das vendas da empresa reverte-se apenas para o pagamento de impostos e salários dos trabalhadores, razão que provocou a decisão da paralisação das actividades.

Neste momento, explicou, a empresa funciona com 197 trabalhadores, 147 dos quais serão despedidos por via da cessação dos contratos firmados por tempo limitado, e 50, com contratos por tempo indeterminado, poderão permanecer para assegurar a manutenção dos serviços.

Após o encerramento, avançou, a empresa será transformada em entreposto comercial dos produtos do grupo Castel, como as marcas de cerveja Soba Catumbela, Cuca e a Cobeje.

Há dois anos, a cervejeira registou uma baixa de 40 por cento nos níveis de produção, em consequência da desactivação, em Junho de 2019, da primeira linha de enchimento, devido ao estado obsoleto do equipamento.

Em decorrência da paralisação da linha fabril, a empresa reduziu a capacidade de produção de 55 mil litros de cerveja por hora para os actuais 27 mil litros/hora.

Apesar disso, os níveis de produção continuaram a baixar, face aos custos operacionais.

Inaugurada em 1972, a EKA beneficiou, em 2008, de um investimento de 30 milhões de dólares, que permitiu a modernização da unidade fabril através da instalação de uma segunda linha de enchimento, com um sistema moderno e automatizado.

Uma fonte da comissão sindical da EKA, contactada pela Angop, reconheceu que os resultados do investimento realizado foram pouco satisfatórios devido aos compromissos com os fornecedores integrados na cadeia de produção de cerveja.

Outro factor que tem estado a prejudicar a unidade fabril, segundo o director da instituição, prende-se com os altos rendimentos em forma de dividendos, distribuídos aos demais accionistas da empresa.

A fonte receia que a medida adoptada pelo grupo Castel Angola, maior accionista da EKA, vise pressionar o Estado, enquanto membro da estrutura accionista, a acelerar o processo de privatização da empresa.

Na EKA, a Castel Angola detém 46 por cento das acções, enquanto o grupo de entidades privadas agrupam 50 por cento e o Estado com os restantes quatro por cento.

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