Nas últimas três semanas

Ébola já matou 125 pessoas na RDC

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje, sexta-feira (12), que o número de casos de ébola registados na República Democrática do Congo (RDC) chegou a 200, tendo 125 destes morrido devido à febre hemorrágica.

Ébola já matou 125 pessoas na RDC
D.R.
Surto teve origem na província de Kivu do Norte.

O surto teve origem na província de Kivu do Norte e, nas últimas três semanas, concentrou-se em Beni, uma das três principais cidades da região, e de onde são oriundos 82 por cento dos novos casos, indicou à Efe o porta-voz da organização, Tarik Jasarevic.

Na última semana, segundo a Lusa, as autoridades identificaram 35 pessoas infectadas, 29 das quais residentes em Beni. A situação leva a que a OMS esteja a considerar concentrar os esforços para aquela zona.

O porta-voz recordou que uma das principais razões para a expansão do vírus naquela cidade do leste da RDC é a insegurança.

Kivu do Norte, tal como as províncias vizinhas, é cenário de um conflito armado entre as forças governamentais e várias facções rebeldes armadas.

Um ataque recente que matou vários civis levou a OMS a suspender temporariamente as actividades de vigilância epidemiológica e acompanhamento de pessoas que contactaram com infectados.

“Os ataques não são direccionados para os trabalhadores que lutam contra o ébola, mas não permitem que as equipas funcionem em toda a sua capacidade”, explicou Jasarevic.

Parte da população daquela zona tem mostrado confiança e relutância em seguir as recomendações da OMS para conter a transmissão do ébola, seja por consequência dos anos de conflito ou por crenças locais.

“Continuamos a ver casos de pessoas que primeiro visitam curandeiros, que combinam as medicinas modernas e tradicionais, e tardam em ir a centros de tratamento, o que torna mais difícil salvá-los”, salientou o porta-voz.

Para controlar este surto, 15 mil pessoas – incluindo pessoal da área da saúde – foram vacinadas contra o ébola e são seguidas oito mil pessoas que entraram em contacto com infectados com o vírus da febre hemorrágica.

O surto de Ébola foi declarado no dia 1 de Agosto nas províncias de Kivu do Norte e de Ituri, no Norte da RDC.

Trata-se do segundo surto declarado em 2018, oito dias depois de o ministro da Saúde, Oly Ilunga, ter declarado o fim da epidemia que se registou anteriormente, no Oeste da RDC.

O vírus do ébola é transmitido por contacto directo com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causando hemorragia grave e tem uma taxa de mortalidade de 90 por cento.

A pior epidemia desta doença conhecida no mundo foi declarada em Março de 2014, com os primeiros casos que remontam a Dezembro de 2013 na Guiné Conacri e que, posteriormente, se expandiu para Serra Leoa e Libéria.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sinalizou o fim da epidemia em Janeiro de 2016, depois de registar 11.300 mortes e mais de 28.500 casos, embora a agência da ONU tenha admitido que estes números podem ser conservadores diante da situação encontrada naqueles países africanos.

 

 

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