Presidente João Lourenço agradece

China promete apoio “sem condições”

O presidente da China, Xi Jinping, garantiu ao Presidente da República, João Lourenço, “total apoio” à mudança de políticas em curso em Angola, de forma a aumentar os investimentos sem imposição de “condições políticas”.

China promete apoio “sem condições”

O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu ao homólogo angolano, João Lourenço, “total apoio” à mudança de políticas em curso em Angola, de forma a aumentar os investimentos sem imposição de “condições políticas”.

Xi Jinping, que recebeu João Lourenço na sala de audiências do Grande Palácio do Povo na capital chinesa, à margem da Cimeira China-África, garantiu que poderá contar com o seu apoio para o desenvolvimento de Angola.

O Presidente João Lourenço, por sua vez, agradeceu o homólogo chinês, Xi Jinping, pela ajuda no processo de reconstrução nacional de um país que foi devastado por uma guerra civil.

O estadista angolano afirmou que Angola encontrou na China um parceiro que está a ajudar a construir o país e que foi o país asiático “que estendeu a mão na fase de reconstrução nacional”.

“Estamos a reconstruir o nosso país com o financiamento chinês também”, afirmou, reconhecendo que a China tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento de África, processo que “requer uma certa atenção”. “As nossas parcerias no passado não deram certo e, em poucas décadas, a China estendeu-nos a mão e os resultados são visíveis em praticamente todo o continente”, reconheceu.

60 MIL MILHÕES PARA ÁFRICA

O Presidente Xi Jinping garantiu que a China vai disponibilizar 60 mil milhões de dólares para financiar o desenvolvimento no continente africano, nos próximos três anos.

Durante a III Cimeira do Fórum de Cooperação China-África, em que esteve presente o Presidente da República, João Lourenço, o chefe de Estado chinês garantiu que o valor deverá incluir assistência não reembolsável de 15 mil milhões de dólares norte-americanos.

Angola e a China, no entanto, concordaram em adiar, para final de Setembro, as negociações para a definição de um novo quadro geral de cooperação financeira, avançou o ministro das Relações Exteriores.

Manuel Augusto, que acompanhou o Presidente João Lourenço ao fórum, esclareceu, à margem da cimeira, que não deviam ser assinados acordos no sector financeiro, indicando que se está na fase final das negociações.

Segundo o chefe da diplomacia angolana, a presença na capital chinesa pela segunda vez consecutiva em menos de um mês do ministro das Finanças, Archer Mangueira, é “prova do empenho das duas partes”.

“É possível que este acordo (sobre a definição do quadro geral de cooperação financeira) seja assinado na China ainda este ano”, previu, salientando que Pequim está disposta a financiar projectos em África, mas uma das contrapartidas, tal como definiu o seu presidente, é a transparência dos países que queiram concorrer a esse financiamento.

“Quando a China lançou esta cimeira, anunciou que tem mais de 100 mil milhões de dólares para cooperar com África. Tem dinheiro, vontade e capacidade, só que o Presidente Xi Jinping quer que a nova cooperação seja feita de forma rigorosa e transparente”, disse Manuel Augusto.

A participação ao mais alto nível de Angola na FOCAC tem em vista culminar com as negociações para uma nova linha de crédito chinês de mais de 12 mil milhões de dólares, destinados ao financiamento de vários projectos.

12 ANOS DE COOPERAÇÃO

Criado em 2006, em Pequim, a Cimeira do FOCAC é a maior actividade diplomática que junta dezenas de chefes de Estado do continente africano.

A Cimeira de Pequim foi a maior actividade diplomática que a capital chinesa acolheu este ano, com delegações de líderes africanos e de organizações regionais do continente.

O encontro analisou temas como o ‘Diálogo entre Líderes e Representantes de Industriais e Comerciais Chineses e Africanos’ e a ‘Abertura da VI Conferência de Empresários Chineses e Africanos’.

Durante os dois dias, os líderes africanos e chinês trocaram impressões sobre o progresso das relações entre a China e África, questões de políticas regionais e internacionais.

A Cimeira de Pequim previa aprovar dois documentos com as intenções das partes em relação à parceria comum conhecida como ‘Declaração de Pequim para Construir uma Comunidade de Destino Comum e uma África Mais Sólida’ e o ‘Plano de Pequim 2019-2021’.

Esta é a terceira cimeira, depois da de Pequim, em 2006, e da de Joanesburgo (África do Sul), em 2015.