Na Huíla

Bigiyeto prevê duplicar produção de cacuso

Cerca de seis mil quilogramas de peixe da espécie tilápia (cacuso), mais três mil que a actual produção, começam a ser colhidas, a partir de 2021, pela empresa Bigiyeto, na comuna da Huíla (Lubango), a 22 quilómetros da cidade do Lubango, anunciou hoje o proprietário, Carlos Alberto.

Bigiyeto prevê duplicar produção de cacuso
D.R

Para colher as quantidades anunciadas, segundo o empresário, estão transferindo a produção para um outro local na comuna do Jau (Chibia), onde há água em abundância e as areias mais favoráveis, tendo em conta os estudos efectuados na localidade.

Carlos Alberto explicou à ANGOP que, dos 14 tanques que a empresa possui na comuna da Huíla, com capacidade de 340 mil metros cúbicos, apenas três a quatro mantém o ciclo total da produção, daí a razão da mudança de local e aumento da capacidade produtiva.

“O antigo local escolhido para a implementação do projecto não oferece as condições desejadas, pois possui solos soltos e há carência de água no tempo seco”, contou o empreendedor, esclarecendo as razões da mudança e a perspectiva do aumento da produção.

Prosseguindo, disse que houve a necessidade de se fazer estudos durante um ano numa área dentro da comuna do Jau (município da Chibia) com resultados satisfatórios e estamos a experimentar 300 matrizes (protótipos) e dentro de alguns meses vão passar à fase real de produção naquela localidade.

A empresa produz apenas a tilápia (cacusso), mas pretendem introduzir também o bagre de água doce. Numa primeira fase vão ser comercializados localmente, mas com previsão de estender para a região sul e posteriormente para outras províncias do país.

Quanto às dificuldades enfrentadas, o empresário, destacou a falta de ração, uma vez que o produto ainda é importado, para além do seu custo e o facto só se adquirir em Luanda. Um saco de 15 quilogramas de ração importada está a 25 mil kwanzas, incluindo transporte, deslocação do pessoal, entre outros gastos, fica mais dispendioso.

 O empresário sugeriu que se devia estudar melhor a possibilidade de produção local de ração, pois presume-se que a província tenha maior parte dos ingredientes para tal, tirando um ou outro elemento que poderia ser importado com facilidade.

 “A tilápia é um peixe que se alimenta a superfície, com isso temos de levar a ração a um coeficiente de secagem limitado e isto só se consegue com alguma tecnologia e estamos a ver qual é a possibilidade local, no sentido de colmatar essa dificuldade e depois disso, não termos problemas em fazer grandes produções”, referiu.

 O departamento provincial de Pescas e Aquicultura, do gabinete da Agricultura, Pecuária e Pescas da Huíla, controla cinco aquicultores dos quais quatro comerciais, nomeadamente Ajyanp, Ouro Verde, Bigiyeto e Caliata Lda e um desportivo, denominado “Quinta Solar” que faz a produção do peixe sem fins lucrativos.

A empresa que existe há três anos, conta com 10 trabalhadores cuja produção é toda destinada ao mercado interno da Huíla.

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