Ministra da Saúde visita hospitais de Luanda

Há cada vez mais cesarianas

Aumenta o número de cesarianas nos hospitais de Luanda. Há novos hospitais que podem ser inaugurados em 2020. Entre os quais, o Sanatório, que trata da tuberculose, a doença que mais mortes causa a seguir à malária. A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, resolveu visitar as unidades críticas.

Há cada vez mais cesarianas
Santos Sumuesseca
Visita da Ministra da Saúde em unidade hospitalares

O minitério da Saúde prevê inagurar o hospital materno-infantil do Camama, em Maio de 2020.

Na maternidade ‘Lucrécia Paím’, em Luanda, cresce a cada dia o número de mulheres a realizar partos através da cesariana. No primeiro trimestre deste ano, foram realizados 6.580 partos, “muitos dos quais por cesariana”. De acordo com dados oficiais, só em Outubro, foram realizados 1.962 partos, 829 por cesariana. Em 2017, em Outubro, foram realizados 1.792 partos e 596 por cesariana. Houve, portanto, um aumento de 233 cesarianas. Para a directora da maternidade, Manuela de Jesus Mendes, este elevado número “constitui um constrangimento que tem dificultado” o serviço dos técnicos, porque muitas ficam à espera por “longas horas”.

Em termos estatísticos, o índice de cesarianas rondava, em Outubro de 2017, os 33 por cento. Disparou no mesmo período de 2018 para os 42,25 por cento.  A responsável hospitalar considera que o aumento dos casos se deve à afluência de parturientes, vindas de todos os municípios de Luanda, que “não encontram melhores condições” nos hospitais municipais e, quando a situação se complica, “mandam para aqui”, ou seja, quando “notam que os partos serão difíceis, ou complicados, são transferidas para a maternidade”. Os partos normais são frequentemente feitos em casa, com a ajuda de parteiras tradicionais.

Na maternidade, a cesarina só é feita “quando for necessária”, ou seja, nos casos em que o feto for grande ou a bacia da mãe pequena, ou ainda com o bebé a correr o risco de estar em “sofrimento”, quando se rompe a água e a criança “não sai”. E também nos casos em que a parturiente padece de uma doença grave ou com a placenta mal posicionada ou descolou antes do tempo.

 

Sanatório em 2020

A tuberculose é apontada, desde os últimos três anos, como a segunda doença que mais mortes provoca em Angola, depois da malária. Para minimizar, ou mesmo melhorar a situação, há três meses, começaram as obras de reabilitação e ampliação do Hospital Sanatório de Luanda, uma unidade que registou, no primeiro trimestre deste ano, mais de 50 mil novos casos. De acordo com a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, estes números ilustram a “gravidade de um problema que se pretende pôr cobro”. A governante afirma acreditar que, durante uma visita às obras do novo edifício, que o hospital vai ser inaugurado em Agosto de 2020. O antigo edifício apresenta “inúmeras infiltrações, que afectam, gravemente, o tecto do banco de urgência, acarretando risco de eventual desabamento”, alertou a própria ministra.

O director do Sanatório de Luanda, Leonardo Rodrigues, recorda que, até Agosto de 2017, trabalhavam em “condições críticas”. No recente concurso público de ingresso na função pública, o hospital vai receber 50 técnicos de saúde.

 

Novo hospital em 2020

O Ministério da Saúde prevê inaugurar o hospital materno-infantil do Camama, em Maio de 2020. A unidade começou a ser construída, em Janeiro, num terreno com mais de 40 mil metros quadrados, com sete pisos e estacionamento para quase 300 viaturas e um área para acolher os familiares dos doentes. As obras foram fiscalizadas esta semana pela ministra da Saúde, que começou por fazer o balanço dos trabalhos de 2018, nos hospitais, considerados de referência de Luanda. A governante promete fazer visitas, no próximo ano, a diversos hospitais nas restantes províncias.

 

 

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