Para potenciar oportunidades na economia do mar

Angola e Portugal assinam acordo

As ministras das Pescas e do Mar de Angola e Portugal assinaram um acordo que prevê parcerias em áreas como a investigação técnico-científica ou a transformação de pescado.

Angola e Portugal assinam acordo
D.R.

 

Angola e Portugal acordaram hoje, segunda-feira (20), em Lisboa, reforçar a cooperação no sector da economia do mar com a assinatura de um memorando que prevê parcerias em áreas como a investigação técnico-científica ou a transformação de pescado.

O acordo foi assinado pelas ministras das Pescas e do Mar de Angola e Portugal, respectivamente, Maria Antonieta Baptista e Ana Paula Vitorino, no final do fórum ‘Empresários portugueses e angolanos juntos para uma cooperação sustentável do Mar’, que contou com associações sectoriais e empresas de Portugal a Angola.

O memorando tem como objectivo definir os princípios da cooperação bilateral nos domínios da legislação, formação, investigação técnico-científica, desenvolvimento de actividades de pesca marítima, continental e aquicultura, fiscalização e controlo das actividades de pesca e indústria de transformação de produtos de pesca entre os dois países.

Em declarações à agência Lusa, no final do encontro, a ministra das Pescas e do Mar de Angola destacou a importância de todas as vertentes contempladas no acordo rubricado com Portugal, numa altura em que o país está a “lançar um novo paradigma” do sector das pescas e do mar.

“Portugal pode dar-nos uma grande contribuição em termos de investigação científica, nomeadamente no estudo da biomassa e biodiversidades, mas também no estudo da frota, que se faz necessário”, considerou Maria Antonieta Baptista.

Sublinhando também a importância da formação contínua no sector da economia do mar, a ministra angolana Maria Antonieta Baptista deixou um apelo aos empresários portugueses para que apostem em Angola.

“Angola é um gigante adormecido em termos de pescas. Toda a gente conhece a biodiversidade dos mares de Angola, é uma questão de repaginar o tipo de investimento sempre tendo em conta a empregabilidade dos angolanos”, adiantou.

“Temos grandes oportunidades de negócios, nova legislação de investimento, nova legislação de vistos e estamos à altura de receber os empresários portugueses para tornar Angola um grande potencial em termos de pescas”, acrescentou.

Por seu turno, Ana Paula Vitorino, ministra das Pescas e do Mar de Portugal, sublinhou a abrangência do acordo. “Vai existir cooperação em todas as áreas do mar: pescas, aquacultura, transformação do pescado. Por um lado, teremos ao nível do sector público cooperação na formação […] e ao nível do sector privado daremos todo o apoio para que possam ser estabelecidas parcerias entre empresários angolanos e portugueses, com a possibilidade de criar empresas mistas”, adiantou.

Segundo Ana Paula Vitorino, a ideia é “criar mais oportunidades de negócio para o sector das pescas e transformação de pescado, mas também contribuir para o crescimento da economia do mar em Angola e Portugal”.

Assinalando que grande parte desta cooperação se traduz em “incentivo ao sector privado” e na inserção de angolanos nos programas de investigação técnico-científica e formação em Portugal, a ministra portuguesa adiantou que este memorando será coberto pelo orçamento de cerca de 5 milhões de euros que anualmente o seu ministério dedica à cooperação.

Ana Paula Vitorino disse ainda que este acordo se segue a memorandos semelhantes assinados com Cabo Verde e Moçambique.

“Vamos ainda este ano assinar um novo memorando com Cabo verde para termos mais áreas de cooperação, nomeadamente as energias renováveis oceânicas e o sector portuário”, disse.

 

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