Sete anos, uma vida essencial

Daqui a duas semanas, o Nova Gazeta celebra sete anos. Têm sido anos marcados por provas duras. Antes e agora. Antes, porque surgiu com um anátema dado por figuras pensantes deste país que resolveram catalogá-lo como um jornal ligado ao MPLA. Portanto, ao poder.

Era até compreensível alguma desconfiança. Estávamos em vésperas de eleições e, lá diz uma velha máxima, “quando a esmola é muita, o povo desconfia”. No caso, a ‘esmola’ era um semanário gratuito, irreverente e diferente, mas também pedagógico e com grandes preocupações sociais e virado para os mais novos, sobretudo os que frequentavam o ensino superior. Independentemente das cores partidárias, como provou desde o primeiro número.

Além disso, teve a ousadia de se ‘atirar’ a sete províncias, com a distribuição de 50 mil exemplares. Fez-se história em África –provavelmente raros jornais no mundo se podem gabar de o ter feito. E isso encheu-nos de orgulho. Tanto que, alguns anos depois, ‘saltámos’ para os 100 mil exemplares e com distribuição em todo o país, literalmente, de Cabinda ao Cunene.

Todo este enorme esforço foi feito apenas por angolanos. Desde os motoristas aos directores, passando por jornalistas e fotógrafos. Todos nacionais. E mais de 60 por cento formado na ‘casa’. Até nisto se fez história no jornalismo angolano.

Foram sete anos de alegrias, mas também de sofrimentos e angústias, de muito ‘stress’. Ajudei a erguer e a manter um projecto dos mais aliciantes que me foi dado a ‘agarrar’ ao longo da minha carreira de jornalista, que conta com passagens por uma rádio de notícias, dois semanários e um diário, além de muitas colaborações dispersas.

Nos últimos tempos, os acontecimentos obrigaram-nos a desacelarar as ambições. Mas nunca a desistir e sempre a resistir. E a reinventar-nos enquanto órgão de comunicação. A adaptar-nos aos tempos modernos.

O NG mantém o compromisso de sempre – informar, formar e entreter –, mas no formato ‘online’. Com a promessa de regressar, noutras plataformas, logo que os ventos mudem.

Até lá, nasce mais um projecto com as características que nos distinguem: rigor na informação, irreverência na atitude, generosidade na acção. E, claro, formar e entreter. É tudo isto que a Rádio Essencial promete.

Em breve, nos 96.1 FM, malembe malembe, a rádio, como uma criança, vai nascer, andar e fortalecer-se. Sete anos depois, damos corpo a um outro projecto tão essencial para Angola como é este Nova Gazeta e como é o Valor Económico.

 

 

 

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