Maior feira da região sul

Expo-Huíla movimentou 10 milhões de dólares

Mais de 300 expositores, entre nacionais e estrangeiros, participaram na feira da Huíla. Empresários aproveitaram para apresentar reclamações e denunciar uma “máfia” na distribuição de divisas.

Expo-Huíla movimentou 10 milhões de dólares

A Expo-Huíla, a maior bolsa de negócios do Sul de Angola e a maior feira de contactos entre empresários depois da Feira de Luanda, teve, na sua 26.ª edição, um volume de negócios avaliado em mais de dez milhões de dólares.

O certame, que se enquadra nas tradicionais Festas da Nossa Senhora do Monte, em quatro dias (8-12 de Agosto), contou com a participação de 300 expositores, com destaque para portugueses, espanhóis, chineses, italianos, zimbabueanos, namibianos e polacos.

Sob o signo ‘Huíla o Futuro da Produção Nacional’, teve igualmente investidores de Luanda, Huambo, Benguela, Kwanza-Sul.

O governador da Huíla, que esteve acompanhado dos homólogos do Bié e Namibe, além do secretário do PR para a área produtiva, Isaac dos Anjos, sublinhou que o crescimento  económico e social da região depende do empenho da classe empresarial e que a Expo-Huíla era oportunidade para se buscarem parcerias.  João Marcelino Tyipinge prometeu “abertura e colaboração total” do governo para que, junto das autoridades centrais, “se criarem melhores condições para o desenvolvimento  da actividade económica”.

Já o presidente da Associação Agro-pecuária, Comercial e Industrial (AAPCIL), que organiza o evento há 26 anos, Paulo Gaspar, admitiu que o momento “é claramente difícil para os empresários”, desafiando todos a “participarem de forma activa para a resolução dos problemas, porque não adianta criticar sem propor soluções”

 “Máfia nas divisas”

Durante a Expo-Huíla, Filomena de Oliveira, vice-presidente da AAAPCIL, denunciou existir “uma máfia na distribuição de divisas no país”, propondo uma “intervenção das autoridades para desbaratar o grupo dos privilegiados”.

A empresária defendeu a necessidade de se criar um ‘plafond’ para as regiões ou províncias, porque, segundo ela, “não faz qualquer sentido estar a despender-se 7,8 milhões de dólares em alimentos, quando o país já produz muito”. Filomena de Oliveira alerta que “há fábricas a fechar por falta de sobresselentes que custam entre 12 e 50 mil dólares”. Aproveitou a feira para reclamar a falta de auscultação aos empresários da “periferia”, o que tem levado o país “a cometer muitos erros”, mas admitiu que ainda se vai a tempo de reverter o quadro e criar uma maior democracia económica nas oportunidades de negócio e no acesso às divisas que os empresários de Luanda conseguem.

 Feira vendeu menos gado 

Os habituais compradores de gado, nos leilões da Feira da Huíla, são governantes que detêm grandes fazendas, mas o aperto financeiro parece ter chegado à elite. Comparativamente às edições anteriores, os ministros e governadores provinciais, que tradicionalmente compram animais, não compareceram. Ao todo, em quatro dias, foram leiloadas 230 cabeças de gado, 170 a menos do que a edição anterior. O evento é organizado pela Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul de Angola, durante as Festas da Nossa Senhora do Monte.

O director-geral da cooperativa de criadores de gado, Luís Gata, admite a “fraca participação dos habituais compradores”, justificando com a “crise financeira. Ainda assim, o leilão movimentou 80 milhões de kwanzas, mas que ficou aquém das expectativas, já que estava previsto vender, pelo menos, 300 animais.

Luís Gata, no entanto, ficou satisfeito, porque foram feitos importantes contactos com compradores do Uíge, para onde serão vendidas duas mil cabeças de animais de alguns fazendeiros associados.

Na edição anterior, os fazendeiros venderam mais de 400 cabeças de gado bovino, tendo arrecadado mais de 500 mil dólares.

 

 

 

A Expo-Huíla, a maior bolsa de negócios do Sul de Angola e a maior feira de contactos entre empresários depois da Feira de Luanda, teve, na sua 26.ª edição, um volume de negócios avaliado em mais de dez milhões de dólares.

O certame, que se enquadra nas tradicionais Festas da Nossa Senhora do Monte, em quatro dias (8-12 de Agosto), contou com a participação de 300 expositores, com destaque para portugueses, espanhóis, chineses, italianos, zimbabueanos, namibianos e polacos.

Sob o signo ‘Huíla o Futuro da Produção Nacional’, teve igualmente investidores de Luanda, Huambo, Benguela, Kwanza-Sul.

O governador da Huíla, que esteve acompanhado dos homólogos do Bié e Namibe, além do secretário do PR para a área produtiva, Isaac dos Anjos, sublinhou que o crescimento  económico e social da região depende do empenho da classe empresarial e que a Expo-Huíla era oportunidade para se buscarem parcerias.  João Marcelino Tyipinge prometeu “abertura e colaboração total” do governo para que, junto das autoridades centrais, “se criarem melhores condições para o desenvolvimento  da actividade económica”.

Já o presidente da Associação Agro-pecuária, Comercial e Industrial (AAPCIL), que organiza o evento há 26 anos, Paulo Gaspar, admitiu que o momento “é claramente difícil para os empresários”, desafiando todos a “participarem de forma activa para a resolução dos problemas, porque não adianta criticar sem propor soluções”

 

“Máfia nas divisas”

Durante a Expo-Huíla, Filomena de Oliveira, vice-presidente da AAAPCIL, denunciou existir “uma máfia na distribuição de divisas no país”, propondo uma “intervenção das autoridades para desbaratar o grupo dos privilegiados”.

A empresária defendeu a necessidade de se criar um ‘plafond’ para as regiões ou províncias, porque, segundo ela, “não faz qualquer sentido estar a despender-se 7,8 milhões de dólares em alimentos, quando o país já produz muito”. Filomena de Oliveira alerta que “há fábricas a fechar por falta de sobresselentes que custam entre 12 e 50 mil dólares”. Aproveitou a feira para reclamar a falta de auscultação aos empresários da “periferia”, o que tem levado o país “a cometer muitos erros”, mas admitiu que ainda se vai a tempo de reverter o quadro e criar uma maior democracia económica nas oportunidades de negócio e no acesso às divisas que os empresários de Luanda conseguem.

Feira vendeu menos gado 

Os habituais compradores de gado, nos leilões da Feira da Huíla, são governantes que detêm grandes fazendas, mas o aperto financeiro parece ter chegado à elite. Comparativamente às edições anteriores, os ministros e governadores provinciais, que tradicionalmente compram animais, não compareceram. Ao todo, em quatro dias, foram leiloadas 230 cabeças de gado, 170 a menos do que a edição anterior. O evento é organizado pela Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul de Angola, durante as Festas da Nossa Senhora do Monte.

O director-geral da cooperativa de criadores de gado, Luís Gata, admite a “fraca participação dos habituais compradores”, justificando com a “crise financeira. Ainda assim, o leilão movimentou 80 milhões de kwanzas, mas que ficou aquém das expectativas, já que estava previsto vender, pelo menos, 300 animais.

Luís Gata, no entanto, ficou satisfeito, porque foram feitos importantes contactos com compradores do Uíge, para onde serão vendidas duas mil cabeças de animais de alguns fazendeiros associados.

Na edição anterior, os fazendeiros venderam mais de 400 cabeças de gado bovino, tendo arrecadado mais de 500 mil dólares.