No Huambo

Escassez de fertilizantes provoca especulação

A escassez de fertilizantes, com realce para o adubo 12-24-12, no Huambo, está a provocar a especulação de preços no mercado informal, com a comercialização do saco de 50 quilos a 12 mil kwanzas, contra os sete mil praticados anteriormente.

Escassez de fertilizantes provoca especulação
D.R.

Segundo o director local do Gabinete da Agricultura, Abrantes Carlos, em declarações à imprensa, esta situação poderá comprometer a campanha agrícola 2019/2020, visto que os produtores de batata rena e de hortícolas, que optarem pelo sistema de rega, estão a encontrar sérias dificuldades, desde Maio.

Informou que a escassez com que se debate a província deve-se a sérias dificuldades que os importadores estão a enfrentar junto dos bancos na aquisição de divisas, condicionado, deste modo, a programação da época agrícola, por parte das famílias camponesas e dos agricultores.

A estratégia do Executivo, referiu Abrantes Carlos, passa em colocar, de forma antecipada, o adubo à disposição dos produtores, numa altura em que tem as atenções viradas para o aumento da produção, através da redução dos preços dos insumos, no sentido de fazer face aos desafios da diversificação económica.

O responsável lembrou que o planalto central necessita anualmente, em média, de 80 mil toneladas de fertilizantes, entre adubo químico, sulfato de amónio e ureia, numa altura em que o Ministério da Agricultura tem disponibilizado apenas entre cinco e sete mil toneladas, uma quantidade irrisória em função da demanda.

De acordo com orientações do Ministério da Agricultura e Florestas, os importadores formais deste produto devem fixar o valor para a mesma quantidade (50 quilos) a cinco mil kwanzas.

Por sua vez, o importador oficial de fertilizantes nesta região, Domingos David, confirmou que a escassez do produto deve-se as inúmeras dificuldades para aquisição de divisas, numa altura em que os camponeses deviam ter já o adubo à disposição para melhor prepararem a campanha agrícola, que habitualmente arranca entre Setembro a Outubro.

Na época agrícola 2018/2019, período em que foram distribuídas 1.228 toneladas de adubo, a 211 mil famílias camponesas dos 11 municípios, a colheita teve uma safra de mais de um milhão e 222 mil toneladas de produtos diversos.

O Huambo possui 381 mil hectares de terras agricultáveis, dos quais 2.500 deverão ser corrigidos com calcário dolomítico, no que toca à acidez dos solos, para torná-los mais férteis.

Vivem no planalto central dois milhões, 389.309 habitantes, na sua maioria camponeses, que se dedicam principalmente ao cultivo do milho, feijão, batata-doce, rena e hortícolas.

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