Emmys premeiam duas mulheres na realização

Jessica Hobbs e Lucia Aniello venceram os prémios de realização em série dramática e em comédia, respetivamente, numa noite em que Kate Winslet, eleita melhor actriz em Minissérie, apelou às mulheres que se apoiem.

Emmys premeiam duas mulheres na realização
D.R.
Kate Winslet, actriz

A 73.ª cerimónia dos prémios Emmys, entregues esta madrugada pela Academia de Artes e Ciências da Televisão em Los Angeles, fez história ao entregar os prémios máximos de realização em série dramática e comédia a duas mulheres no mesmo ano.

Jessica Hobbs venceu o Emmy de Melhor Realização em Série Dramática, o mais importante dos prémios, pelo episódio final da quarta temporada da série "The Crown", da Netflix, intitulado "War". No seu discurso de aceitação, Hobbs reconheceu a importância do momento.

"Não houve muitas mulheres a ganharem este prémio, por isso sinto que sigo as pisadas de pessoas extraordinárias e estou muito agradecida pelo caminho que abriram", afirmou Hobbs, saudando a sua própria mãe, que aos 77 anos continua a realizar.

Hobbs venceu o Emmy batendo uma competição de peso, que incluiu Jon Favreau por "O Mandaloriano" e Benjamin Caron também por "The Crown".

A última vez que uma mulher tinha ganho este Emmy foi em 2017, quando Reed Morano saiu vencedora pelo episódio-piloto de "The Handmaid's Tale".

No entanto, nunca tinha acontecido duas mulheres ganharem os prémios máximos de realização em duas categorias no mesmo ano. A outra mulher que recebeu o Emmy de Melhor Realização foi Lucia Aniello, na categoria de comédia, pelo episódio-piloto da série da HBO "Hacks", intitulado "There is no Line".

Emmys premeiam duas mulheres na realização

Nesta categoria, Aniello superou três realizadores responsáveis pela série "Ted Lasso", que acabaria por ser considerada a melhor série de comédia do ano.

Além dos prémios de realização, também ficou em destaque a vitória de Michaela Coel pelo argumento de "I May Destroy You", série da HBO.

A actriz Kate Winslet, que venceu o Emmy de Melhor Atriz em Minissérie, Série de Antologia ou Filme defendeu que chegou o momento de as mulheres se elevarem mutuamente.

"Quero reconhecer as outras nomeadas, nesta década que tem de ser das mulheres a apoiarem-se umas às outras", afirmou a atriz, no discurso de vitória. "Eu apoio-vos, eu saúdo-vos, estou orgulhosa de todas", acrescentou a atriz, que ganhou o troféu pelo papel de Mare Sheehan na minissérie "Mare of Easttown", da HBO, que foi uma das produções vencedoras da noite.

 
"A Mare foi um momento cultural que juntou as pessoas e deu-lhes algo sobre que conversar para lá da pandemia global", disse a atriz, de 45 anos, sublinhando a importância deste papel na televisão de hoje. A personagem, disse, é uma "mãe de meia-idade imperfeita", que fez toda a gente "sentir-se validada".

Numa das categorias mais importantes dos prémios da Academia de Televisão, Kate Winslet venceu contra Michaela Coel ("I May Destroy You"), Cynthia Erivo ("Genius: Aretha"), Anya Taylor-Joy ("O Gambito da Rainha) e Elizabeth Olsen ("WandaVision).

A minissérie "Mare of Easttown", que estava nomeada para 16 Emmys, levou quase todos os prémios de representação nas categorias referentes a minissérie, série de antologia ou filme: além de Kate Winslet, deu a vitória a Julianne Nicholson (Melhor Atriz Secundária) e a Evan Peters (Melhor Ator Secundário). Recebeu ainda o Emmy na categoria de Direção de Arte.

No entanto, foi "O Gambito de Dama", da Netflix, que conquistou o Emmy de Melhor minissérie, série de antologia ou filme, bem como Melhor Realização nesta categoria.

A série da Netflix "The Crown" foi a grande vencedora da noite, levando pela primeira vez a estatueta de Melhor Série Dramática e dominando por completo a categoria. "Estou sem palavras", disse o produtor executivo de "The Crown", Peter Morgan.

Olivia Colman, que já tinha vencido o Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática pelo seu papel de Rainha Isabel II, mostrou-se surpreendida pelo domínio absoluto da série, agora na quarta temporada, e a sua própria vitória. "Teria apostado dinheiro em como isto não aconteceria", afirmou.

Nas nove principais categorias de Série Dramática, "The Crown" venceu oito. Além de série do ano e Melhor Atriz, deu a Josh O'Connor o Emmy de Melhor Ator, pelo papel de Príncipe Carlos, distingiu Tobias Menzies como Melhor Ator Secundário pelo papel de Príncipe Filipe de Edinburgo e corou Gillian Anderson como Melhor Atriz Secundária, por interpretar Margaret Thatcher.

A outra grande vencedora da noite foi a nova série da Apple TV+, "Ted Lasso", premiada como Melhor Série de Comédia contra títulos como "Black-ish", "Emily em Paris" e "O Método Kominsky".

A produção, que conseguira vinte nomeações, levou igualmente os principais prémios de representação: o protagonista Jason Sudeikis foi Melhor Ator, Brett Goldstein foi Melhor Ator Secundário e Hannah Waddingham venceu o Emmy de Melhor Atriz Secundária.

Emmys premeiam duas mulheres na realização

Ainda assim, a também nova comédia da HBO, "Hacks", conquistou várias distinções de peso, como o de Mehor Atriz, para Jean Smart.

Na categoria de minissérie, série de antologia ou filme, Ewan McGregor ganhou o prémio de Melhor Ator, por "Halston".

No reverso da medalha, "The Handmaid's Tale", da Hulu, foi uma das grandes derrotadas da noite. O drama tinha 21 indicações e desta vez ficou a zeros. Segundo a revista especializada Variety, foi um recorde de derrotas: nunca uma série tinha recebido tantas nomeações sem vencer qualquer uma.

"O Mandaloriano", da Disney+, tinha 24 nomeações, igualando "The Crown", mas não recebeu qualquer Emmy de representação, escrita ou realização, levando sete estatuetas em categorias técnicas e para a banda sonora.

Já "WandaVision", também da Disney+, tinha 23 nomeações e recebeu três prémios (música original, guarda-roupa e direção de arte).

A 73.ª edição dos Prémios Emmy, entregues pela Academia de Artes e Ciências da Televisão, em Los Angeles, voltou a ser presencial, apesar de ter uma audiência limitada aos nomeados e alguns dos seus convidados.

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