DEFENDE A UNITA

Boicote dos canais públicos confirma "censura em Angola"

A Unita criticou hoje o boicote das televisões estatais às suas iniciativas, salientando que vem "confirmar e oficializar a reiterada censura" e violação das leis e deontologia.

Boicote dos canais públicos confirma "censura em Angola"
D.R.

Um comunicado do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política, em que o órgão partidário analisa "todas as envolventes e consequências" da marcha do passado sábado organizada pelo partido a favor de eleições livres em Angola, sublinha que o veto à Unita "não é da competência dos administradores da TPA" e que não são estes a determinar quem pode passar ou não na televisão pública.

Os canais públicos TPA e TV Zimbo anunciaram na segunda-feira que vão deixar de cobrir actividades da Unita, justificando a decisão com agressões aos jornalistas numa manifestação convocada por aquele partido.

Em resposta, através do comunicado do Secretariado Executivo, a Unita diz que os dois canais públicos "não são, de facto, seus concorrentes" e convida a tutela e os gestores daqueles órgãos "a reflectirem sobre a reiterada prática panfletista e exclusivista contra a Unita e o seu líder".

Os posicionamentos "só vieram confirmar e oficializar a reiterada censura e confissão do desrespeito e da grave violação às leis e à deontologia que demonstram ignorar", refere a Unita.

O partido acrescenta que o seu presidente, Adalberto Costa Júnior, condenou logo na altura "as acções dos jovens que impediram as reportagens dos correspondentes das televisões públicas" e assinala que "a legitima defesa dos colaboradores" dos canais "não pode resvalar no argumento de não lhes mandar cobrir futuros eventos organizados pela Unita".

O comunicado aborda ainda "o perfeito alinhamento do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social com as direcções da TV Zimbo e TPA" sobre o incidente ocorrido.

O Secretariado Executivo tomou também "boa nota" das preocupações da Comissão multisectorial de combate à covid-19, que repudiou a atitude da UNITA durante a marcha de sábado, em Luanda, por violar as medidas previstas para a situação de calamidade pública devido à pandemia, e recomenda que essas preocupação "sejam extensivas a todos os actores, incluindo o MPLA".

O MPLA anunciou para sábado uma 'Marcha dos Milhões' para demonstrar a popularidade e apoio ao Presidente João Lourenço.

A iniciativa surge em resposta à marcha da Unita, que juntou em Luanda milhares de angolanos, incluindo de outras forças políticas na oposição e elementos da sociedade civil.

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