Em 2020

Economist prevê recessão económica de 1,9% em Angola

A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que Angola continue em recessão económica no próximo ano, antevendo um crescimento económico negativo de 1,9 por cento, produzindo menos de 1,4 milhões de barris de petróleo diários.

Economist prevê recessão económica de 1,9% em Angola
D.R.

No relatório, a EIU melhora a perspetiva de evolução da inflação para 16,9 por cento no próximo ano, actualizando a estimativa de 17,8 por cento para este ano.

 

"As perspectivas económicas de Angola continuam fracas, com a recessão a prolongar-se para 2020", escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

Na análise ao país, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, lê-se: "A produção petrolífera continua a cair devido à maturação dos poços e à falta de investimento nos últimos anos; esperamos que a produção caia ainda mais em 2020, ficando abaixo da limitação imposta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo de 1,4 milhões de barris diários".

Por isso, continuam, "o PIB real deve contrair-se 1,9 por cento em 2020, devido aos efeitos da reduzida produção petrolífera e limitado pela descida das receitas governamentais, pela despesa pública e pelo consumo privado".

No relatório, a EIU melhora a perspetiva de evolução da inflação para 16,9 por cento no próximo ano, actualizando a estimativa de 17,8 por cento para este ano, "devido à desvalorização do kwanza, à descida dos preços do petróleo e à redução das exportações e consequente disponibilidade de dólares, para além da introdução do Iva e da redução dos subsídios à electricidade".

A EIU estima que, até 2024, a inflação abrande para 10,4 por cento, argumentando com o abrandamento da depreciação do kwanza.

A nível político, a EIU prevê que o MPLA vença as próximas eleições, "mantendo o seu domínio nas urnas devido ao forte controlo do aparelho de Estado e tendo a vantagem de estar no poder a nível nacional".

O Presidente João Lourenço, prevê a unidade de análise económica da revista britânica The Economist, "vai tentar manter aquilo que considera ser a sua posição de líder regional, consolidando as ligações económicas e de comércio, continuando a assinar acordos com os seus vizinhos, mas o sentimento protecionista e os gargalos logísticos vão continuar, dificultando o crescimento potencial a médio termo".

As decisões políticas vão continuar a ser determinadas pelos esforços para aumentar o setor privado na economia, diversificando a economia e aumentando os fluxos de investimento, mas estes esforços vão ser constrangidos pelo ambiente operacional, que ainda é desafiante", dizem os analistas, concluindo que mesmo o programa de privatizações recentemente anunciado vai enfrentar dificuldades não só pelas "dificuldades logísticas", como pela relativa incipiência do setor financeiro angolano.

As mais recentes previsões económicas feitas pelo Governo apontam para um crescimento económico de 1,1 por cento este ano e para uma recuperação de 1,8 por cento do PIB no próximo ano, ao passo que o Fundo Monetário Internacional, nas previsões apresentadas na semana passada, estima uma recessão de 0,3 por cento este ano e um crescimento de 1,2 por cento em 2020, que acelera até 3,8 por cento em 2024.

Outros artigos do autor

RECOMENDAMOS

POPULARES

ÚLTIMAS