Imprensa mais livre com João Lourenço, afirma RSF

Angola escala 12 lugares na tabela

A liberdade de imprensa em Angola subiu 12 lugares, no ano passado. A análise é dos Repórteres Sem Fronteiras, que colocam o país em 109.º lugar, entre 180 analisados. No grupo angolano, estão países como os Estados Unidos, Brasil e alguns europeus. Na próxima semana, assinala-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

Angola escala 12 lugares na tabela

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) coloca o respeito pela liberdade de imprensa em Angola no item ‘Com problemas visíveis’, no relatório elaborado este ano, mas relativo a 2018.

No Index 2019, Angola ‘salta’ 12 posições, do 121.ª lugar para o 109.º, entre 180 países analisados. No relatório, a RSF regista que a chegada de um novo presidente, João Lourenço, em Setembro de 2017, “encerrou quatro décadas de governo da família dos Santos”, mas sublinha que os “quatro canais de TV, as 17 emissoras de rádio e os cerca de 20 jornais e revistas ainda são muito controlados ou influenciados pelo Governo e pelo partido no poder.

Angola situa-se assim a meio da tabela, mas tendo como ‘companhia’ países como os Estados Unidos, Brasil, alguns países europeus e outros da América Latina (ver mapa). Ao todo, representam 37 por cento, num ‘bolo’ que tem apenas nove por cento a gozar de total liberdade de imprensa.

São eles, classificados ‘Com ‘Boa situação’, em que a liberdade de imprensa é mais respeitada, os países escandinavos, Holanda e Portugal, no caso, o líder do mundo lusófono. No outro lado da tabela, surge 11 por cento dos Estados, a maior parte em África e ainda as ‘gigantes’ Rússia e China e outros marcados por cenários de guerra.

Os Repórteres Sem Fronteiras, uma organização não-governamental  representada em quase todo o mundo, registam que “há um declínio do número de países em que os jornalistas não se sentem seguros”, mas, por outro lado, “aumentou a repressão de regimes autoritários” sobre os órgãos de comunicação social, “contribuindo significativamente para um clima de medo”.

A situação tem vindo a degradar-se nos Estados Unidos, sobretudo desde a eleição de Donald Trump, a que se juntam o Brasil, Venezuela e a Nicarágua. O segundo maior declínio é registado nalguns países da União Europeia, entre os quais a Hungria e nos Balcãs.

África, na análise da RSF, tem variações significativas, umas favoráveis com a mudança do poder, outras desfavoráveis, apesar de também terem registado alterações no poder.

O relatório, que resume o Index 2019, ou seja, o ‘ranking’ deste ano, assinala a Etiópia, que, após uma mudança de governo, libertou todos os jornalistas detidos e garantiu um espectacular salto de 40 pontos.

A Gâmbia também alcançou um dos maiores aumentos, mas, com novo governo, “a Tanzânia (25 em 118) assistiu a ataques sem precedentes, desde a instalação de John ‘Bulldozer’ Magufuli como presidente em 2015.

A República Democrática do Congo (RDC) foi novamente o país onde a RSF regista as maiores violações em 2018, enquanto a Somália continua a ser o país mais letal de África para jornalistas.