Disputa pela liderança da Anata

Taxistas ‘suspendem’ presidente

Taxistas membros da associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola ‘suspenderam’ o presidente da organização, Geraldo Wanga, ao qual acusam de desviar mais de 30 milhões de kwanzas e de realizar uma gestão danosa e antidemocrática. O actual presidente refuta as acusações e contra-ataca: “agem de má-fé a pensarem no dinheiro”.

Taxistas ‘suspendem’ presidente
Mário Mujetes
Francisco António,

Francisco António, porta-voz da comissão de gestão

O porta-voz reafirma ter “provas de que Geraldo Wanga desviou fundos da associação no valor de mais de 30 milhões de kwanzas”.

Alguns taxistas acusam o presidente da associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (Anata), Geraldo Wanga, de ter desviado mais de 30 milhões de kwanzas, o que constitui “violação dos estatutos” e também “um crime”. Apresentaram queixa à Procuradoria-Geral da República (PGR). O porta-voz da comissão de gestão e antigo secretário-geral, Francisco António, acusa ainda Geraldo Wanga de fazer uma“gestão conflituosa e antidemocrática”.

O porta-voz reafirma ter “provas de que Geraldo Wanga desviou fundos da associação no valor de mais de 30 milhões de kwanzas”. “Estamos agora a funcionar com uma comissão de gestão, isto não paralisa as actividades da associação”, garante.

A suspensão do presidente da associação foi decidida em assembleia-geral extraordinária por mais de 300 taxistas de Luanda e alguns de outras províncias, depois de constatarem “várias irregularidades” na gestão, entre as quais “desvios de fundos, suspensão de membros da direcção sem nenhum processo e expulsão de outros sem causas justificáveis”.

A posição foi antecedida por debates e análise de toda a situação com os membros fundadores da associação, líderes municipais e associados que exigiram a expulsão do actual presidente da associação dos taxistas, mas a mesa da assembleia-geral optou pela suspensão. O NG sabe que, no encontro, foram apresentados factos relacionados com “descaramento, falta de democracia e de transparência na gestão, desvio de fundos da organização e falta de interesse para a constituição dos órgãos fundamentais da organização”.

A assembleia-geral extraordinária da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola deliberou igualmente a criação de uma comissão de gestão para “salvaguardar todos os direitos dos membros. Esta comissão determinou que, enquanto durar a suspensão, “ficam sem quaisquer efeitos jurídicos e legais todos os actos e contratos assumidos pelo actual presidente, devendo o mesmo apresentar o relatório de contas e de convénios com instituições públicas e privadas”.

O presidente da Anata, Geraldo Wanga, contactado pelo NG, nega todas as acusações sobre desvio de fundos, gestão danosa e de ser antidemocrático, considerando serem todas “falsas” e que surgem de “membros que há muito foram expulsos da organização e agora pretendem ilegalmente” dirigir a associação.

“As acusações teriam um outro pendor se esses membros estivessem em pleno gozo dos seus direitos, são pessoas que abandonaram a associação em 2016 e 2017, por alegada falta de dinheiro”, defende-se, acrescentando que “eles só estão interessados no bem pessoal e não no colectivo, andam a pensar que a associação tem dinheiro”, Por outro lado, Geraldo Wanga acusa esses associados de estarem a agir de “má-fé por estarem descontentes com o novo rumo que a associação tomou”. Garante estar em pleno gozo dos seus direitos e que a assembleia-geral que decidiu o afastamento “foi ilegal, realizada de forma clandestina”.

Geraldo Wanga desafia, a quem quiser, a ver dados contabilísticos de 2018 em que “está tudo detalhado em relatório”.

O responsável faz questão de recordar que a associação é uma organização“sem fins lucrativos”. “Hoje, a associação conseguiu ter destaque na sociedade, a actividade é valorizada, e, infelizmente, essas pessoas vêm cobrar o seu lugar na história, alegando que são fundadores. Querem voltar, mas não querem submeter-se ao normal processo de inscrição à luz dos estatutos”, explica. A Anata tem 24 mil membros.

 

Marcha na sexta-feira

Os taxistas de Luanda realizam amanhã, uma marcha pela Anata com o lema “Anata una e indivisível”. A concentração está marcada para o Golf II, Kilamba Kiaxi, junto ao Quintalão do Petro. Segundo o documento da organização, devem participar do evento taxistas, ‘staffs’, direcções municipais da associação, amigos e simpatizantes da organização. O documento destaca que a marcha poderá terminar na sede, cita no Futungo em Belas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Outros artigos do autor